Autor de feminicídio de professora já foi preso por embriaguez com 9 latas de cerveja dentro do carro

Segundo testemunhas, ele tentou fugir do flagrante “disfarçando” estar ao celular

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Jadir Souza da Silva, der 54 anos, acusado de matar a ex-esposa e professora Telma Ferreira Rabero, de 44 anos, no último sábado (10), já havia sido preso no final do ano passado por dirigir embriagado e provocar acidente, na cidade onde o casal morava, Sidrolândia, a 70 km da Capital. Na ocasião, segundo testemunhas, ele tentou fugir do flagrante, mas foi abordado pelos policiais.

O acidente de trânsito ocorreu no dia 4 de dezembro de 2020, na Avenida Dorvalino dos Santos, entre um Chevrolet Celta e um Volkswagen Gol. O gol era dirigido por Ladir que, após o acidente, teria saído segurando uma lata de cerveja nas mãos, falando ao celular e se distanciando para “sair de fininho”, segundo testemunhas. Contudo, ele recebeu voz de prisão após a Polícia Militar ser acionada.

No carro em que ele estava foram encontradas três latinhas de cerveja vazias e seis cheias, dentro de uma caixa térmica. Ladir se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas segundo os policiais estava visivelmente embriagado. Ele negou que estivesse conduzindo o veículo.

Durante audiência de custódia, foi aplicada prisão em flagrante. A soltura dele se deu no dia 21 de dezembro do ano passado, após pagamento de fiança no valor de R$ 800 e está solto desde então.

Prisão preventiva

Nesta segunda-feira (12), a Polícia Civil pediu pela prisão preventiva de Jadir.  Apesar de ainda configurar situação de flagrante, o pedido foi feito devido a ele não ter sido localizado nas buscas desta tarde.

Segundo a delegada Thaís Duarte, da Delegacia de Sidrolândia e responsável pelas investigações, o filho do casal, de apenas 10 anos já foi ouvido, em depoimento especial com o auxílio de uma psicóloga. Quem também já prestou depoimento como testemunha foi a vizinha do casal, que teria escutado os gritos de socorro da vítima.

“Nenhum dos dois relataram histórico de brigas ou agressões. A vizinha disse ter ouvido a vítima pedindo socorro, mas não costumava ouvir discussão entre o casal”, afirma a delegada.

Ainda segundo ela, Jadir não tinha nenhum registro policial por violência doméstica ou ameaças contra a esposa, com quem era casado há mais de 20 anos. Contudo, ele também não possuía nenhum histórico de insanidade mental.

Feminicídio

A última vez que Jadir foi visto, após o feminicídio, teria sido na tarde deste domingo (11), por um caseiro de chácara em Sidrolândia. Ele acionou a Polícia Civil, que começou a fazer buscas na região, na tentativa de localizá-lo. Segundo o caseiro, Jadir estava sentado nas proximidades da Arena de Rodeio José Maurícia Tomazine, comendo uma marmita.

“Ele estava com uma mochila preta grande nas costas, sentado. Era um meio-dia, comendo uma marmita. Como nunca tinha visto ele, eu prestei bem atenção”, disse um boiadeiro de 23 anos que informou a polícia sob o suspeito. O crime ocorreu por volta das 20h30 de sábado (10). “Houve uma discussão, porque o casal estava em processo de separação e ele não aceitava”, disse o delegado Daniel Dantas, responsável pelas investigações iniciais.

Na ocasião, Jadir teria arrastado Thelma para o quintal e a agredido até a morte. A perícia constatou que ela levou vários golpes de objeto contundente. Ao lado do corpo foi encontrada uma foice, que pode ter sido usada no crime. O objeto passou por perícia, mas o laudo ainda não foi concluído. Já o carro utilizado na fuga, que seria de uma amiga da professora, já foi entregue de volta à proprietária.