Por  volta das 15h30 desta terça-feira (26), deu entrada no IPCG (Instituto penal de ) o pedreiro Cleber de Souza Carvalho, de 43 anos, serial killer indiciado pela morte de sete pessoas na Capital. De acordo com a (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), ele está em isolamento. A esposa dele, Rose Gonçalves Carvalho, que foi presa na segunda-feira (25) pela da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios), será encaminhada ao Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” na quarta-feira pela manhã.

A transferência de Cleber é resultado de um pedido da defesa, autorizado pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. O Jornal Midiamax apurou que o advogado Jean Carlos Cabreira fez denúncia junto ao Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial) contra três investigadores e o delegado da DEH,  por suposta tortura contra Cleber. Ele também fez uma representação na (Ordem dos Advogados do Brasil).

O (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), representado pelo promotor de Justiça Douglas Oldegardo, opinou pelo deferimento da imediata transferência e também para que em toda e qualquer diligência policial, o advogado de Cleber esteja presente. Na madrugada em que foi preso, Cleber indicou os locais onde os corpos das vítimas foram encontrados e o trabalho policial foi iniciado, perdurando durante todo o dia e se estendendo também ao fim de semana.

O Midiamax já havia noticiado que, em conversa informal, o pedreiro disse aos policiais que preferiria ir para o presídio do que ao hospício e que não sofre de distúrbios mentais, como pretendia alegar a defesa. Ele ainda teria sido colaborativo com a investigação, respondendo sobre as vítimas quando questionado e indicando os locais onde estavam os corpos.

Crimes

As investigações começaram após a descoberta da morte de José Leonel Ferreira dos Santos, 61 anos, assassinado por Cleber com auxílio da filha, Yasmin Natacha de 19 anos. Ele foi enterrado no quintal da própria casa, onde a família de Cleber então começou a morar. Preso uma semana depois, Cleber passou a revelar os assassinatos.

Na madrugada de sexta-feira (15), José Jesus de Souza, de 44 anos, conhecido como Baiano, que estava desde fevereiro deste ano, teve o corpo encontrado em um terreno no Coophatrabalho. Roberto Geraldo Clariano, de 48 anos, desaparecido desde junho de 2018, foi morto durante uma discussão no Recanto dos Pássaros enquanto fazia um serviço com o autor, e os trabalhos para localizar o corpo da vítima perduraram por toda manhã.

Já no início da tarde, o corpo do idoso Hélio Taira, de 73 anos, que estava desaparecido desde novembro de 2016, também foi localizado. Cleber fazia reforma em residência na Vila Planalto e, na ocasião, Hélio foi contratado para prestar um serviço de jardinagem, quando se desentenderam. Hélio foi enterrado na varanda da casa e o local foi concretado e teve piso colocado em cima.

Flávio Pereira Cece, de 34 anos, desaparecido desde 2015, era dono do imóvel onde foi encontrado enterrado no bairro Alto Sumaré, região da Vila Planalto. Ele era primo do serial killer Cleber, que segundo a polícia, matou o primo a pauladas o enterrou e vendeu a residência por R$ 50 mil com o corpo de Flávio enterrado. O corpo foi encontrado após ser escavado um buraco de 1,60 metro de profundidade, em um quarto.

Na noite de sexta-feira (15), foi encontrado o corpo de Claudionor Longo Xavier, de 48 anos, que saiu de casa no dia 16 abril, foi assassinado e teve a moto XTZ Crosser vendida pelo autor. O corpo estava no mesmo terreno onde a polícia encontrou José Jesus.

Na manhã de sábado (16), Timotio Pontes Roman, de 62 anos, foi encontrado morto em um poço dentro de residência na Rua Urano, no bairro Vila Planalto. Cleber teria sido contratado para fazer um serviço para a vítima, o matou em uma discussão e o jogou dentro do poço. O crime teria acontecido um dia após a morte de José Leonel.

Em todas as ocasiões, Cleber agiu da mesma forma, atingindo as vítimas com pancadas na cabeça, com instrumentos que tinha em mãos. Assim também, todas as vítimas foram enterradas. Os casos podem ser tratados como homicídio qualificado por motivo fútil e ocultação de cadáver.