Policiais presos por suspeita de ajudar contrabando de cigarros viram réus em MS

Nesta segunda-feira (8), foi recebida a denúncia pela auditoria militar, e pelo juiz Alexandre Antunes da Silva, contra os militares presos durante a Operação Avalanche, que levou para a cadeia sete oficiais quem tinham bom trânsito político, salários mensais na faixa dos R$ 20 mil e posições de comando na Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça […]

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Nesta segunda-feira (8), foi recebida a denúncia pela auditoria militar, e pelo juiz Alexandre Antunes da Silva, contra os militares presos durante a Operação Avalanche, que levou para a cadeia sete oficiais quem tinham bom trânsito político, salários mensais na faixa dos R$ 20 mil e posições de comando na Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública).

A denúncia foi oferecida contra os oficiais Kleber Haddad Lane, tenente-coronel Carlos da Silva, tenente-coronel Wesley Freire de Araújo, tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni, major Luiz César de Souza Herculano, tenente-coronel Jidevaldo de Souza Lima.

Os oficiais passam a ser réus pelos crimes de organização criminosa e corrupção passiva. A operação foi deflagrada em 16 de maio quando investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) descobriram que o grupo recebia propinas que variavam de R$ 15 a R$ 150 mil, na máfia dos cigarreiros.

‘Ganhei na loteria’

A investigação descobriu que o tenente-coronel Jidevaldo Souza Lima preso durante a Operação Avalanche, teria tido um aumento patrimonial crescente desde 2015 afirmando o oficial ter recebido um prêmio da loteria, no valor de R$ 203 mil 452 reais.

Ele teria afirmado que os vários depósitos feitos em sua conta seriam pelo fato de ter ganho na loteria o valor de mais de R$ 203 mil. Em um único dia teve um depósito na sua conta de R$ 21 mil e R$ 15 mil, em 2018. Antes de ser preso, o militar chefiava da 4ª Seção do Estado Maior da PMMS, onde atuava na ‘Política e Planejamento de Logística’ recebendo o valor de R$ 22.851,93 como rendimento fixo na Sejusp.

A Operação Avalanche aconteceu em desdobramento da Operação Oiketicus, que foi deflagrada em 2018 e levou para a cadeia 29 policiais militares sendo que destes foram inocentados Anderson, Claudomiro, Claiton, Clodoaldo, Kleber, Nazário, Nestor, Nilson, Roni, Salvador e Wagner. Os outros foram condenados, mas nem todos respondem pelos mesmos crimes. Dentre eles, Angelucio, Elvio, Erick, Francisco, Ivan, Jhondnei, Lisberto e Valdson tiveram pedidos acatados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e cumprem as condenações em liberdade, com medidas restritivas.

Operação Oiketicus III

A operação Avalanche é um desdobramento da Oiketicus e está em sua terceira fase, com cumprimentos de mandados em várias cidades do Estado. Em Dourados, a casa do comandante do 3º batalhão local da PM também foi alvo de cumprimento de mandado de busca e os agentes saíram do local com vários documentos. O comandante foi levado para o batalhão de polícia da cidade e contra ele havia um mandado e prisão.

A primeira fase da Operação Oiketikus foi desencadeada pelo Gaeco do Ministério Público Estadual e pela Corregedoria Geral da Polícia Militar, em 2018 e levou a prisão cerca de 29 policiais que foram denunciados por corrupção passiva e organização criminosa, por integrarem a chamada “Máfia dos Cigarreiros”.

As investigações iniciaram em abril de 2017 e apontaram que policiais militares de Mato Grosso do Sul davam suporte ao contrabando, mediante pagamento sistemático de propina, interferindo em fiscalização de caminhões de cigarros para que não ocorressem apreensões de cargas e veículos, além de adotarem outras providências voltas para o êxito do esquema criminoso. Os cigarreiros agiam associados desde o início de 2015, estruturalmente ordenados e com divisão de tarefas. As atividades eram desenvolvidas em dois grandes núcleos.

 

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