Juíza nega liberdade a chefe de quadrilha que escavou túnel e tentou furto milionário a banco

Na segunda-feira (29), foi indeferido o pedido de revogação da prisão de Ernande Pereira da Silva, de 59 anos, o ‘Véio’. O pedido foi feito pela defesa há pouco mais de dois meses, alegando que o réu, apontado como chefe da quadrilha que tentou furto milionário a um banco em Campo Grande, integraria o grupo […]

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Na segunda-feira (29), foi indeferido o pedido de revogação da prisão de Ernande Pereira da Silva, de 59 anos, o ‘Véio’. O pedido foi feito pela defesa há pouco mais de dois meses, alegando que o réu, apontado como chefe da quadrilha que tentou furto milionário a um banco em Campo Grande, integraria o grupo de risco do coronavírus.

Na última semana, a defesa apresentou exame médico comprovando que o réu é soropositivo. Mesmo assim, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) se manifestou contra o pedido. Na peça, o órgão aponta que não ignora o estado de calamidade atual com a pandemia do coronavírus, mas que também deve assegurar a segurança pública. Assim, pediu pelo indeferimento.

Além disso, o MPMS afirma que ele não tem residência onde foi preso, em Campo Grande, e que responde por inúmeras infrações penais. Dentre as quais, organização criminosa de atuação interestadual. Por fim, também lembra que nem mesmo a identidade civil de Ernande, que usava pelo menos 10 nomes e documentos falsos, foi esclarecida até o momento.

A juíza Eucélia Moreira Cassal decidiu indeferir o pedido e manter Ernande preso. Segundo ela, não cabe substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, entendendo que o réu não está extremamente debilitado por conta da doença. Isso baseado no artigo 318 do Diploma Processual, que indica em que casos a prisão domiciliar pode ser concedida pelo magistrado.

Além disso, a juíza pontuou que o réu tem recebido tratamento médico conforme necessário na unidade prisional. Também como a identidade civil de Ernande, que usava nomes falsos, ainda não foi esclarecida, isso desencoraja a conversão da prisão, já que pode facilitar uma fuga.

Tentativa frustrada de furto

Naquela noite do dia 21 de dezembro, os policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) estavam na região do Coronel Antonino, onde fica localizada a casa usada para escavação do túnel. Os investigadores perceberam movimentação no local e decidiram fazer a atuação para desmantelar a organização criminosa, já investigada há meses pela delegacia.

Já por volta da 1 hora do dia 22, a equipe voltou ao local e percebeu um grupo deixando a casa em um caminhão e uma Hilux. A equipe viu os automóveis na Rua Dolor Ferreira de Andrade, na esquina com a Rua do Rosário, quando foi feita a primeira abordagem. O motorista do caminhão jogou o veículo contra um dos policiais e a ação foi revidada a tiros.

Ele ainda conseguiu fugir num primeiro momento e em seguida foi feita abordagem aos ocupantes da Hilux, que estavam com pistolas em punho e atiraram contra os policiais. Os disparos foram revidados e eles chegaram a ser encaminhados para a Santa Casa, deram entrada na área vermelha, mas não resistiram aos ferimentos.

Os policiais conseguiram localizar o condutor do caminhão já nas proximidades da Santa Casa, buscando por atendimento médico. Ele foi preso em flagrante. As equipes fizeram buscas na casa no Zé Pereira e prenderam mais cinco envolvidos. Já em outra casa na Rua Iguassu, no Amambaí, foi detido um homem. Com ele foram apreendidos vários aparelhos celulares, entre outros aparatos.

Os integrantes da organização criminosa foram apresentados em coletiva de imprensa pelo delegado responsável, que também mostrou junto de equipes de policiais do Garras o túnel escavado pelos criminosos, que responderão por roubo majorado.

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