Família de morto em intervenção policial alega que estava desarmado
A família de Jair dos Santos Quintas, de 27 anos, morto durante intervenção policial na madrugada de terça-feira (04), na região do Jardim Los Angeles, em Campo Grande, alega que ele estava desarmado. Leonardo Vieira dos Santos, eletricista de 25 anos, diz que o irmão já havia se entregado quando foi baleado e desmente a […]
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A família de Jair dos Santos Quintas, de 27 anos, morto durante intervenção policial na madrugada de terça-feira (04), na região do Jardim Los Angeles, em Campo Grande, alega que ele estava desarmado. Leonardo Vieira dos Santos, eletricista de 25 anos, diz que o irmão já havia se entregado quando foi baleado e desmente a versão apresentada pela Polícia Militar, de que Jair teria avançado contra os policiais que atendiam a ocorrência.
Relembre o caso
Conforme as informações do 10º Batalhão da PM, equipe foi acionada para atender caso de violência doméstica em que um homem com uma faca ameaçava matar a mulher e a irmã. Os policiais então foram até a casa da vítima de 20 anos, mulher de Jair. Além dela, estava no local a cunhada de 41 anos, casada com o irmão da jovem.
Segundo as duas, por volta das 3 horas, Jair começou a beber e fazer ameaças. Em determinado momento, ele pegou uma faca e passou no próprio braço, quando disse que mataria as vítimas e também um outro homem. Assim, as duas se trancaram no quarto com medo, mas Jair arrombou a porta e foi para cima da mulher, que estava deitada.
Foi então que a cunhada da vítima entrou na frente e foi ferida pelo rapaz. Assim que os policiais chegaram, Jair pulou o muro e correu até um matagal, mas foi abordado. No entanto, ele teria desobedecido a ordem e partido para cima dos policiais com a faca.
Com isso, um dos militares atirou para o chão, mas Jair supostamente continuou correndo com a faca, quando foram feitos mais dois disparos na região da cintura do rapaz. Ferido, ele foi socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu. O caso é tratado como lesão corporal dolosa, ameaça qualificada por violência doméstica e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial.
O que diz a família
Leonardo não estava no local, mas conversou com as mulheres que presenciaram tudo e estavam bastante assustadas, bem como outra testemunha que lá estava. Ele disse que, com base nos relatos delas, a história diverge do que foi oficialmente apresentado pela PM. Ele admite que o irmão avançou contra as mulheres, e feriu levemente uma delas com a faca, mas garante que, depois que foi para o terreno aos fundos da casa, se entregou.
“Ele estava desarmado quando atiraram nele, já estava se entregando”, pontua. “Ele levantou a camisa para mostrar que não estava armado, se entregou e mandou chamar a esposa, mas os policiais mandaram as mulheres entrar na casa e depois atiraram nele”, lamenta. Conforme a versão de Leonardo, foram ao menos três tiros. “Eles atiraram, depois viraram o corpo e arrastaram ele. Não foi uma intervenção, foi assassinato mesmo”.
Uma das testemunhas, inclusive, foi orientada a ajudar a colocar a Jair na viatura enquanto ele agonizava. Leonardo acredita que os policiais tenham aproveitado a situação para retaliar o irmão, que já havia denunciado a PM ao Ministério Público por agressão. “Isso é rixa”, disse. Ele alegou ainda que Jair tem passagem por tráfico, mas já havia ‘pagado o que devia’. “A gente ajudou a ressocializar ele, a polícia vem e faz isso”.
A família pretende adotar medidas legais e disse que vai denunciar a suposta violência policial.
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