Na tarde de segunda-feira (27), a defesa de Rômulo Rodrigues Dias, 34 anos, preso sob acusação da morte de Graziela Pinheiro Rubiano, de 36 anos, fez pedido de uma nova perícia na casa do réu. Além disso, o ainda alega que o réu não foi orientado que poderia ficar em silêncio durante as oitivas, pedindo nulidade dos depoimentos.

Conforme a peça de defesa prévia, o advogado Thiago Sirahata alega que nos depoimentos feitos pelo réu, o policial teria interrogado Rômulo sem a presença de advogado. Além disso também sem proporcionar o Aviso de Miranda, ou seja, sem ler os direitos ou informar o que ele poderia permanecer em silêncio.

Também é dito pelo advogado que o réu teria sido induzido pela autoridade policial, que segundo ele conduziu ilegalmente a ‘entrevista’, a produzir provas contra ele mesmo. Para tanto, Tiago pontua que o depoimento teria sido adquirido de forma ilícita, pedindo a nulidade das oitivas e das provas derivadas dessas oitivas.

Já sobre a perícia realizada na casa de Rômulo, em que a partir de testes com luminol teriam sido encontradas várias manchas de sangue, inclusive uma poça de sangue, o advogado diz que “pode ter acontecido algum erro cometido pela Polícia Civil”. Isso porque o réu afirma não ter tido qualquer tipo de agressão entre o casal.

Pedidos da defesa

Por fim, a defesa pede que seja feita uma conferência na conta bancária de Graziela, para identificar quaisquer movimentações após o . Também requer que a DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) informe sobre a cadeia de custódia da prova, referente aos resquícios de DNA colhidos na casa, para realização de perícia complementar.

Assim, é solicitada uma nova perícia na casa de Rômulo, acompanhado de um perito assistente e de advogado, para nova coleta de material genético no local. Por último foram arroladas quatro testemunhas pela defesa a serem intimadas e inquiridas.

Relembre o caso

Defesa quer anular depoimento de marido acusado de matar e esquartejar Graziela
Vestígios de sangue da vítima foram encontrados no carro (Foto: Divulgação)

Rômulo foi preso preventivamente no dia 17 de junho. Exames de DNA comprovaram que vestígios de sangue localizados no carro de Rômulo eram compatíveis com o de Graziela. Além disso, testes com luminol onde o casal morava também indicaram poças de sangue.

Também durante as investigações, foi identificado que Rômulo chegou a pesquisar na internet sobre esquartejamento. Ainda havia registro de buscas sobre um medicamento de efeito anestésico. No entanto, mesmo após a prisão preventiva, Rômulo não se manifestou sobre o crime, permaneceu em silêncio e também não confessou.

Desaparecimento de Graziela

Rômulo chegou a contar para a polícia que, no dia do desaparecimento da esposa, teria ido com ela até o Balneário Atlântico. Lá, o casal tem um loteamento e estava construindo. O marido disse que a vítima pulou em um lago, o que teria gerado uma briga entre eles.

O marido ainda revelou que após a briga, Graziela saiu rumo ao lago e não retornou mais. Ele também disse que ficou na cozinha terminando a construção e como ela não retornou, foi embora para casa. No dia seguinte, como trabalham na mesma empresa, Rômulo levou chave, uniforme e entregou ao chefe dizendo que Graziela não voltaria mais.

Em uma segunda versão, o marido manteve a mesma história do loteamento, mas mudou um trecho. Assim, ele afirmou que uma mulher homossexual teria procurado o casal na residência deles e perguntado se Graziela morava ali. Então ele disse que sim e essa mulher passou a xingar Graziela fazendo acusações de que a teria um caso extraconjugal com a companheira dela. Ainda teria mostrado um de Graziela para o marido.

Segundo Rômulo, o casal brigou após ele questionar sobre o vídeo, sendo que Graziela ficou com vergonha e saiu. Na versão de Rômulo, Graziela não levou os pertences pessoais, também deixou carro, moto e o terreno que pertenceria ao casal. Até o momento, nenhuma das versões contadas por Rômulo foi confirmada como verdadeira. Ele ainda não teria esclarecido o motivo do sangue na casa ou no carro.