Vizinhos da Máxima temem por tradicionais rebeliões no aniversário do PCC

No dia em que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) comemora seus 27 anos de fundação, vizinhos ao Presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande, temem por rebeliões, balas perdidas e tiros. Nesta segunda-feira (31), a Polícia Federal deflagrou uma operação em 19 estados brasileiros, entre eles Mato Grosso do Sul, com o […]

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No dia em que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) comemora seus 27 anos de fundação, vizinhos ao Presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande, temem por rebeliões, balas perdidas e tiros. Nesta segunda-feira (31), a Polícia Federal deflagrou uma operação em 19 estados brasileiros, entre eles Mato Grosso do Sul, com o cumprimento de 122 mandados.

Um casal morador do bairro, que não quis se identificar, contou ao Jornal Midiamax que fica com medo de alguma rebelião, e de balas perdidas já que moram bem próximo do presídio.

Uma mulher de 50 anos disse que o marido está preso há 4 anos no Máxima- ele cumpre pena por sequestro. Ela contou que falou com o homem no sábado, já que estava preocupada por causa do aniversário da facção, e ele teria afirmado para ela que não estava tendo nenhuma movimentação dentro da penitenciária. Um idoso de 66 anos também afirmou que fica com medo, “A gente fica com medo, e o poder público não faz nada, quem somos nós?”, disse.

Rebelião

Em 2006, a facção coordenou uma rebelião em todo o Brasil, sendo que em Mato Grosso do Sul, quatro cidades tiveram movimentações em seus presídios, entre eles o de Segurança Máxima da Capital. Já em fevereiro de 2010, membros da facção criminosa, um total de cinco, foram denunciados da morte de Fernando Aparecido Eloy.

As investigações apontaram que o detento foi torturado, teve dentes arrancados e após morto, teve o corpo carbonizado. A cabeça, foi exibida por outros presos do alto do Presídio de Segurança Máxima, o Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho.

A rebelião, que começou por volta das 11h30 de domingo, só terminou mais de 24 horas depois. Agentes penitenciários foram mantidos reféns, enquanto presos com faixas do PCC e rostos cobertos anunciavam o motim. Após a negociação e contenção dos detentos, foi feito pedido de transferência de alguns deles, apontados como lideranças negativas.

Operação PF

Nesta segunda-feira (31) a Polícia Federal deflagrou mais uma operação contra a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para o cumprimento de 600 mandados em 19 estados brasileiros e o Distrito Federal. A operação seria um desdobramento da Caixa Forte, que foi deflagrada, em agosto de 2019. São 122 mandados no Estado.

A operação contra a facção está ligada ao tráfico de drogas e lavagem dinheiro e já foram bloqueados cerca de R$ 252 milhões em contas ligadas ao PCC. De acordo com a Polícia Federal esta é a maior operação em bloqueios de contas bancárias ligadas a facção criminosa.

São cumpridos mais de 600 mandados em 19 estados e no Distrito Federal, 422 deles de prisão. Todos os mandados foram expedidos pela 2ª Vara de Tóxicos de Belo Horizonte/MG.

Aniversário

PCC foi fundado em 31 de agosto de 1993 por oito presidiários, no Anexo da Casa de Custódia de Taubaté a 130 quilômetros da cidade de São Paulo, chamada de “Piranhão”, até então a prisão mais segura do estado de São Paulo.

PCC, que foi também chamado no início como Partido do Crime, afirmava que pretendia “combater a opressão dentro do sistema prisional paulista” e “vingar a morte dos cento e onze presos”, em 2 de outubro de 1992, no “massacre do Carandiru “, quando a Polícia Militar matou presidiários no pavilhão 9 da extinta Casa de Detenção de São Paulo.

O grupo usava o símbolo chinês do equilíbrio yin-yang em preto e branco, considerando que era “uma maneira de equilibrar o bem e o mal com sabedoria”.

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