Foi dispensado de seu cargo na Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), o ex-comandante do DOF (Departamento de Operações de ) Kleber Haddad Lane após ser preso durante a Operação Avalanche deflagrada na última sexta-feira (15), pelo Gaeco. A dispensa do cargo de R$ 8,5 mil foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (18).

Após ser preso em ação contra corrupção policial, ex-chefe do DOF perde nomeação de R$ 8,5 mil na Sejusp
Kebler Haddad (dir., com arma), ao lado de Carlos Videira, atual titular da Sejusp, e José Carlos Barbosa, ex-secretário de Segurança de MS (Foto: Acervo DOF/PMMS)

O ex-comandante do DOF exercia a função de superintendente da Superintendência de Assistência Socioeducativa na Sejusp, com um salário de R$ 8,5 mil sendo dispensado após a operação deflagrada na última sexta-feira (15), que prendeu mais seis oficiais da Polícia Militar do Estado, que estariam envolvidos com a máfia dos cigarreiros. A revogação de Lane é assinada pelo secretário da Sejusp, Antônio Carlos Videira.

Ainda no Diário Oficial desta segunda (18) traz a dispensa do tenente-coronel Wesley Freire de Araújo, do tenente-coronel Carlos da Silva, além da dispensa do major Luiz César de Souza Herculano. O diário ainda traz a dispensa do tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni, todos presos durante a operação deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao ) contra o negócio ilegal que movimenta milhões por mês da chamada ‘máfia dos cigarreiros'. O comandante da PM, Coronel Waldir Acosta, assina as dispensas.

A operação cumpriu mandados nas cidades de , Coxim, Sidrolândia, Naviraí, Aquidauana e Dourados. Em comum, todos os alvos da Operação Avalanche tinham bom trânsito político, salários mensais na faixa dos R$ 20 mil e posições de comando na Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública).

Operação Oiketicus III

A operação Avalanche é um desdobramento da Oiketicus e está em sua terceira fase, com cumprimentos de mandados em várias cidades do Estado. Em Dourados, a casa do comandante do 3º batalhão local da PM também foi alvo de cumprimento de mandado de busca e os agentes saíram do local com vários documentos. O comandante foi levado para o batalhão de polícia da cidade e contra ele havia um mandado e prisão.

A primeira fase da foi desencadeada pelo Gaeco do Ministério Público Estadual e pela Corregedoria Geral da Polícia Militar, em 2018 e levou a prisão cerca de 29 policiais que foram denunciados por corrupção passiva e organização criminosa, por integrarem a chamada “Máfia dos Cigarreiros”.

As investigações iniciaram em abril de 2017 e apontaram que policiais militares de Mato Grosso do Sul davam suporte ao contrabando, mediante pagamento sistemático de propina, interferindo em fiscalização de caminhões de cigarros para que não ocorressem apreensões de cargas e veículos, além de adotarem outras providências voltas para o êxito do esquema criminoso. Os cigarreiros agiam associados desde o início de 2015, estruturalmente ordenados e com divisão de tarefas. As atividades eram desenvolvidas em dois grandes núcleos.