PRF de MS está entre 30 presos pela Federal na guerra contra cigarreiros
A operação Teçá, deflagrada nesta quinta-feira (8) pela PF (Polícia Federal), cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e 30 de prisão preventiva. Um dos alvos da prisão é um agente da PRF (Polícia Rodoviária Federal) lotado no posto de Rio Brilhante, identificado como Wilson Luiz. Ele é suspeito de integrar a organização. A operação […]
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A operação Teçá, deflagrada nesta quinta-feira (8) pela PF (Polícia Federal), cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e 30 de prisão preventiva. Um dos alvos da prisão é um agente da PRF (Polícia Rodoviária Federal) lotado no posto de Rio Brilhante, identificado como Wilson Luiz. Ele é suspeito de integrar a organização.
A operação desmantelou quadrilha de cigarreiros que atuavam no Estado. Segundo as investigações, o grupo tinha até depósito para armazenar os cigarros que entravam no país do Paraguai para Mato Grosso do Sul. O galpão ficava na cidade de Mundo Novo, a 462 quilômetros de Campo Grande.
Entre os itens apreendidos nas buscas, estavam jóias, carros de luxo, cerca de R$ 37 mil em dinheiro e até munições de calibre 12, de acordo com o delegado da PF Fabrício Martins Rocha, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecente em Mato Grosso do Sul. As cidades alvos da operação em Mato Grosso do Sul são Mundo Novo, Japorã, Eldorado, Iguatemi, Amambai, São Gabriel do Oeste e Rio Brilhante.
Contra o PRF preso, segundo a investigação, há indícios de que ele agiria omitindo-se da fiscalização quando a carga de contrabando de cigarros passava pelo posto. De acordo com Luiz Eduardo Portugal, corregedor substituto da PRF, um processo disciplinar será aberto pela Corregedoria.
“Será dado direito de defesa. Mas, a depender das provas encontradas, ele poderá ser advertido, suspenso ou até mesmo demitido. Vai depender da valoração da prova”, apontou Portugal. Vale lembrar que este é o terceiro PRF preso somente neste ano em operações deflagradas pela PF.
De acordo com a PRF, o poderio econômico dos criminosos é grande. Foram apreendidos 155 veículos, cargas de cigarro e de outros produtos contrabandeados, que superariam R$ 144 milhões – somente na Operação Trank, o valor é de pelo menos R$ 70 milhões.
“Eles tinham pessoas que exerciam diversas funções dentro das organizações criminosas, entre olheiros, mateiros, batedores, e coordenadores, as pessoas que planejavam a logística da circulação da carga contrabandeada. Eles internalizavam homens por estradas vicinais e chegavam nas rodovias principais, até alcançarem os grandes centros, onde a carga distribuída”, destaca Martins Rocha.
Dos 40 mandados de prisão preventiva expedidos, 30 foram cumpridos. Segundo a PF, alguns alvos já estavam foragidos e outros já estavam presos. O próximo passo da investigação será análise dos itens apreendidos, a fim também de identificar eventuais novos integrantes do esquema. Os presos serão encaminhados para cadeia pública de Naviraí.
Histórico
A base da organização criminosa estava em Mato Grosso do Sul e contava com aprimorada rede para internação e transporte de cigarros estrangeiros no território nacional. Ao longo das investigações, foram apreendidos 155 veículos utilizados para o transporte de cigarros, tendo sido presos 75 pessoas envolvidas com a organização criminosa.
A investigação começou em 2018, e descobriu que a organização criminosa cooptou um policial para ajudar nas atividades. Eles possuíam grande capacidade logística que era utilizada, principalmente, para a introdução e o transporte de cigarros de origem estrangeira no Mato Grosso do Sul e estados vizinhos com destino a outras localidades do País.
A maior apreensão feita foi em Ivinhema, em junho de 2018, quando 11 carretas carregadas de cigarros de origem foram apreendidas, tendo sido presos 09 motoristas em flagrante. Contabilizou-se, na ocasião, 1 milhão de maços de cigarros, avaliados, juntamente dos veículos apreendidos, em R$ 10 milhões. No total da investigação, o valor das mercadorias ilícitas apreendidas nas ações é de aproximadamente R$ 144 milhões. O número atualizado, segundo a PF, supera R$ 180 milhões.
Operação Teçá
O nome da operação faz referência a ‘estado de atenção, vigilância’, no idioma guarani, em razão da grande rede de olheiros, mateiros e batedores utilizados pelas organizações criminosas, os quais monitoravam diuturnamente as atividades dos órgãos de fiscalização.
Vale lembrar que dos 73 mandados, três foram cumpridos em Maringá, Umuarama – ambas no Paraná – e em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Nepsis e Trank
No dia 26 de fevereiro deste ano, a PF deflagrou a segunda fase da Operação Nepsis, para o cumprimento de quatro mandados em Mato Grosso do Sul. Foram cumpridos um mandado de prisão e três de busca e apreensão, na cidade de Dourados – a 225 quilômetros de Campo Grande.
Um dos alvos foi um homem que se passava por policial federal para solicitar propinas da organização criminosa, que foi desarticulada na primeira fase da Operação Nepsis, que aconteceu no dia 22 de agosto de 2018.
Já na operação Trunk, deflagrada também pela PF no dia 31 de julho, foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão e 8 de prisão preventiva. Dois PRF foram presos – eles estariam envolvidos no esquema para facilitar a entrada de produtos no Brasil, assim como a de um político.
A operação teve início em julho de 2018, após a apreensão de um caminhão carregado com 430 mil maços de cigarros de origem paraguaia. Ao todo, no período de um ano, outros 19 carregamentos foram apreendidos e 26 pessoas presas. Os valores dos produtos apreendidos ultrapassam R$ 70 milhões.
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