Falsos bancários enganavam idosos e até buscavam cartões em casa

A Polícia Civil prendeu três homens que integram o núcleo de uma quadrilha de estelionatários que agia em Campo Grande, enganando idosos para ter acesso às contas deles. Se passando por representantes bancários, eles alegavam que as vítimas tiveram o cartão clonado e as convencia para que entregassem o objeto para uma suposta perícia. Uma […]

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A Polícia Civil prendeu três homens que integram o núcleo de uma quadrilha de estelionatários que agia em Campo Grande, enganando idosos para ter acesso às contas deles. Se passando por representantes bancários, eles alegavam que as vítimas tiveram o cartão clonado e as convencia para que entregassem o objeto para uma suposta perícia. Uma pessoa teve prejuízo de mais de R$ 28 mil. As compras eram, em sua maioria acima, dos R$ 3 mil.

Durante coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (26), a delegada Priscila Anuda, da 1ª Delegacia de Polícia da Capital, afirmou que um deles, de 25 anos, responsável pela busca dos cartões, foi preso na sexta-feira passada, em ação da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras). Outro de 25 anos, que também buscava os cartões na casa da vítima foi preso na quarta-feira (24) por agentes da 1ª DP, juntamente com um rapaz de 24 anos que operava oito máquinas de cartão.

Ao todo, oito vítimas conseguiram identificá-los e foram registrados pelo menos 20 boletins de ocorrências. “O objetivo é divulgar o modo como eles agiam, para que mais pessoas possam reconhecê-los”, explicou a delegada. A polícia tenta descobrir como eles tinham acessos aos dados pessoais das vítimas. Eles escolhiam idosos que tinham poder aquisitivo considerável. Uma vez em posse do telefone, endereço e registros de movimentações bancárias, eles entravam em contato com as vítimas, se passando por supostos bancários.

Falsos bancários enganavam idosos e até buscavam cartões em casa

O grupo confirmava se a pessoa era titular da conta e em seguida dizia em nome do banco que ela teve o cartão clonado. Um dos golpistas relatava uma série de supostas compras e a vítima, acreditando que era verdade, era induzida a cancelar o cartão, mas para isso, teria que telefonar para o número que aparecia atrás do próprio cartão. No entanto, a ligação era redirecionada para outro golpista que dava continuidade ao atendimento.

Com bastante cuidado, este recomendava que fosse feita uma declaração, pedindo o cancelamento e que o cartão fosse quebrado. Neste ponto, o estelionatário ressaltava que o chip e o código de segurança deveriam continuar intactos, pois a perícia precisaria deles em uma análise. Por fim, solicitavam que tudo fosse guardado em um envelope e entregue ao correspondente bancário que passaria na casa vítima para recolher a encomenda.

À esta altura, o titular do cartão já havia fornecido todos os seus dados, incluindo a senhas, e entregues junto com os cartões. Por fim, o chefe do esquema usava as maquininhas para fazer compras de alto valor, deixando os alvos no prejuízo. “O modo de agir mostra que eles tinham uma organização sofisticada”, pontuou Priscila. A delegada não descarta que, apesar de agirem em Campo Grande, de que eles recebiam ordens de comparsas de São Paulo. Dois veículos usados no transporte foram apreendidos.

Compra de 28 mil

Uma idosa de 63 anos procurou a delegacia de polícia, nesta quinta-feira (25), após ser vítima do golpe. Ela afirma que recebeu um telefonema no qual uma pessoa se identificou como funcionário de uma loja de Campo Grande. O “funcionário” disse que teria sido feita uma compra no valor de R$ 700 e que, por suspeita de fraude, não havia sido aprovada.

Então sugeriu que a vítima cortasse seus cartões de crédito, mas deixasse visível os quatro últimos dígitos, que outra pessoa, da seguradora, iria até a residência buscar os cartões. Este falso funcionário da seguradora chegou a fazer um recibo a próprio punho, de que havia recebido um envelope contendo dois cartões cortados.

Depois de entregar os cartões, a vítima passou a receber mensagens de compras feitas com o cartão. Até o momento que registrou o boletim de ocorrência, foram gastos o valor de R$ 27.820,29 no crédito à vista, mais um saque no valor de R$ 300. A vítima ainda informou que em momento algum forneceu as senhas dos cartões.

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