Ex disse que mataria jovem um dia antes de cometer crime e esconder corpo no sofá
A irmã de Aparecida Anuanny Martins de Oliveira, assassinada aos 18 anos em 2007, contou em depoimento ao júri que um dia antes do crime o ex-namorado teria dito que mataria a jovem. Ela foi ouvida no julgamento de Eduardo Dias Campos Neto, que acontece nesta sexta-feira (4), 12 anos após o crime. Segundo a […]
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A irmã de Aparecida Anuanny Martins de Oliveira, assassinada aos 18 anos em 2007, contou em depoimento ao júri que um dia antes do crime o ex-namorado teria dito que mataria a jovem. Ela foi ouvida no julgamento de Eduardo Dias Campos Neto, que acontece nesta sexta-feira (4), 12 anos após o crime.
Segundo a irmã mais velha de Aparecida, a vítima morava em Anhanduí com a família, mas veio morar em Campo Grande com um primo aos 14 anos, quando teria conhecido Eduardo. Eles começaram um relacionamento e foram morar juntos e aos 15 anos a vítima engravidou. O relacionamento foi marcado por brigas e agressões segundo a irmã da jovem.
Ao júri, ela contou que Eduardo proibia a vítima de ir até a casa dos familiares e de manter contato com outras pessoas, bem como era proibida de trabalhar. A irmã da vítima relatou que em uma das vezes que a jovem passou o dia na casa dela, foi agredida pelo então namorado quando ele foi buscá-la no fim da tarde.
“Foi a primeira agressão que eu vi. Ele foi buscar ela e na frente da casa a puxou pelo cabelo e jogou em cima do carro”. Depois disso a família soube que Eduardo teria levado a menina até o Inferninho, onde teria feito ameaças de morte. Em outra ocasião a irmã lembra de ter visto a vítima com vários hematomas no braço por conta de agressões do namorado.
Crime anunciado
A irmã de Aparecida contou que o casal estava separado e que a vítima tinha voltado a morar com a mãe em Anhanduí. Naquele sábado, 3 de março de 2007, ele teria pedido que o filho fosse passar o fim de semana com ele, então a mãe da vítima levou a criança. Segundo a irmã, ele chegou a ligar para a vítima dizendo que a criança estava com febre, na tentativa de fazer ela ir até o apartamento dele.
Aparecida só foi ao apartamento de Eduardo no domingo, quando almoçou com ele e a criança. Ela foi embora e Eduardo teria procurado a ex-cunhada, dizendo que queria retomar o relacionamento com a vítima e pedindo ajuda. Ele teria dito “Se ela não for minha, não vai ser de mais ninguém. Eu mato ela”. Depois disso, a vítima retornou ao apartamento na segunda-feira de manhã, dia 6 de março, quando os dois discutiram e ela foi assassinada.
Familiares contaram que as ameaças já tinham acontecido outras vezes, mas que eles não acreditavam que Eduardo seria capaz de cometer tal crime. “Erramos por não termos denunciado”, disse uma prima de Aparecida.
Pedido de desculpas
Eduardo chorou diante do júri e confirmou o homicídio, chegando a pedir desculpas. A todo momento ele dizia que “não tinha a intenção de matar” a vítima. Nos autos do processo consta que ele matou a ex-namorada asfixiada, após dar um golpe de mata leão nela, mas ele afirmou que apenas segurou a vítima, que o agredia.
Segundo o acusado, o casal não estava separado no dia do crime e a vítima teria dormido fora de casa, chegando no outro dia de manhã e dizendo que ele era ‘corno’. Em briga a vítima teria agredido Eduardo com um tapa o que, segundo ele, o fez “perder a cabeça”. Após matar a jovem asfixiada, ele escondeu o corpo no sofá-cama do apartamento, que só foi encontrado três dias depois.
O acusado pediu desculpas pelo crime e se disse arrependido ao júri. Ele é julgado por homicídio qualificado por motivo fútil, pela impossibilidade de defesa da vítima e por meio cruel, além da ocultação do cadáver. A defesa, feita pelo advogado José Roberto Rosa, tenta desqualificar o crime.
Prisão
Eduardo fugiu para o Paraguai após o crime, onde permaneceu por 10 anos até ser preso. Lá constituiu família. Ele contou que trabalhava em uma fazenda e há 4 anos descobriu que estava com câncer no osso. Como precisou ir ao território brasileiro para exames, acabou reconhecido e preso em agosto de 2017, quando o processo foi retomado.
Detido há dois anos, ele aguardava o julgamento em prisão domiciliar, por conta do tratamento do câncer.
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