O assassinato de um menino de dois anos, cometido para ‘atingir’ a ex-mulher porque o homem não aceitava o fim do relacionamento, comoveu a cidade de Aquidauana e trouxe à tona o medo, também a suplica por medidas mais pesadas para casos de violência contra a mulher. A cidade, a 143 quilômetros de Campo Grande, com pouco mais de 44 mil habitantes, tem vivenciado casos de comoção nacional, como de uma pastora morta pelo próprio marido, no último dia 27 de agosto, durante um culto.

Em cidade de 44 mil habitantes, violência assusta mulheres que pedem pulso firme da Justiça
Polícia acredita que rapaz premeditou crime (Foto: Divulgação)

As histórias são chocantes e muitas vezes inacreditáveis, mas acontecem a todo momento, em todos os cantos do mundo.

Carlos Alberto Mendonça, 58 anos, parecia longe de qualquer suspeita, mas ele não aceitou o fim do casamento e matou a ex-esposa, a pastora Rose Meire Fermino de Andrade Mendonça, 48 anos. Ele também foi investigado por suspeita de matar a companheira em 1988, em Várzea Grande (MT).

Para a auxiliar administrativa, Valquiria Lima da Costa, 32 anos, moradora de Aquidauana, as mulheres devem conhecer as pessoas que estão se relacionando. “As mulheres precisam tomar cuidado, saber com quem estão se relacionando, histórico, antecedentes da pessoa e também da família. As autoridades podem tomar alguma atitude, mas é preciso que as mulheres também se cuidem”, disse.

Em cidade de 44 mil habitantes, violência assusta mulheres que pedem pulso firme da Justiça
Vendedora acredita que as leis precisam ser mais duras. Foto: Leonardo de França

A vendedora Sonia da Silva Paiva, 50 anos, também moradora de Aquidauana rebateu e disse que as autoridades devem ser mais eficazes e duras. “As autoridades precisam ser mais enérgicas e tomar medidas duras logo na primeira denúncia”, destacou. “Não é preciso esperar acontecer uma tragédia para prender o agressor”, destacou.

A mulher diz que é importante tomar cuidado com quem se relaciona, porém diz que as medidas após a denúncia ser feita, precisam ser mais eficazes. “A medida protetiva não funciona muito, deveria nesses casos ter monitoração eletrônica”, sugeriu a vendedora. “Eles sabem que vão ser presos e não se importam, isso que precisa mudar”.

Casos

Miguel Henrique dos Reis, 2 anos, foi morto afogado pelo próprio pai, nesta quinta-feira (19) no bairro Guanandi, em Campo Grande. O rapaz colocou a criança em uma bacia, na própria casa onde morava. O motivo do crime seria porque ele não aceitava o término do relacionamento com a mãe da criança e queria de alguma forma, ‘atingir’ a ex-mulher.

Em cidade de 44 mil habitantes, violência assusta mulheres que pedem pulso firme da Justiça
Pastora foi assassinada durante culto (Foto: WhatsApp)

No último dia 27 de agosto, a pastora evangélica Rose Meire Fermino de Andrade Mendonça, 48 anos, foi morta a tiros durante um culto em Aquidauana. Carlos Alberto Mendonça foi preso um dia depois ao crime. Ele não aceitava o fim do casamento.

Carlos Alberto também é suspeito de um homicídio ocorrido em Várzea Grande (MT), em 1988, quando ele teria assassinado a companheira. O homem teria cometido o crime e fugiu para a cidade de Aquidauana, onde constituiu família. Contra ele, conforme informações da Polícia Civil, já havia mandado de prisão expedido desde o ano de 1995.

 

Em cidade de 44 mil habitantes, violência assusta mulheres que pedem pulso firme da Justiça
Edmauro foi condenado a 62 anos de prisão (O Pantaneiro)

No último dia 12 de setembro, Edmauro Gamarra Vieira foi condenado a 62 anos e três meses de prisão pelo assassinato da ex-namorada Airyfer Castro, 22 anos, e do namorado dela, Higor Quintana, 21 anos. O crime aconteceu em março de 2018, quando Edmauro invadiu a casa da mãe de Airyfer e esfaqueou o casal que dormia no quarto.

Após o crime, Edmauro fugiu, mas no final se entregou na Delegacia de Polícia Civil de Aquidauana. Ele também não aceitava o fim do relacionamento e afirmou que havia sido traído pela ex-mulher.