Inconformado com o roubo de um Fiat Siena de um motorista de aplicativo na terça-feira (17), um grupo de motoristas passou a investigar o crime para tentar encontrar o veículo e armou uma verdadeira tocaia para prender o assaltante. Eles mantêm um grupo de apoio no WhatsApp chamado Motóra e usaram o aplicativo para trocar informações sobre o assalto.

O motorista foi roubado por volta das 20h30 da terça (17), próximo ao Parque do Anhanduí, depois de buscar um cliente no bairro Aero Rancho. Quando chegou na região do parque, onde a iluminação é precária, o ladrão, que estava armado com um revólver, anunciou o assalto, levando dinheiro, o celular e o carro da vítima.

Logo após o roubo, o grupo Motóra notificou os colegas, que passaram a procurar pelo carro nas redondezas. O acaso ajudou o grupo e, na quarta-feira (18), uma mulher identificada apenas como ‘Lilica' enviou uma mensagem por engano para a esposa do motorista assaltado. Acredita-se que ela tenha usado o chip da vítima e, por isso, os contatos dele se misturaram aos dela.

A esposa da vítima disse que não a conhecia e ‘printou' a tela da mensagem, onde é possível ver a foto e o nome completo da remetente.

Desconfiada, a esposa da vítima distribuiu o contato da Lilica para o marido e os colegas do grupo Motóra. Em uma investigação feita pelo grupo nas redes sociais, eles conseguiram descobrir, entre os amigos virtuais de Lilica, o assaltante. Eles investigaram mais e encontraram o endereço da mulher.

Nesta quinta-feira (19), um grupo de motoristas foi até a casa de Lilica, no Jardim Aeroporto, e encontrou o carro guardado na garagem. Os motoristas acionaram a polícia, mas o assaltante conseguiu fugir ao perceber a chegada dos militares.

A mulher e outro homem que estava na casa foram presos e levados para a Depac (Delegacia de Atendimento Comunitário) do Centro.

Irmandade

No grupo Motora há 386 motoristas de . Segundo um deles, que não quis se identificar, o grupo é como uma grande família e cada um se ajuda, “Mexeu com um, mexeu com todos”, disse.