‘Máfia dos Cigarreiros’: oficiais da PM, acusados de serem líderes de esquema, são condenados a prisão

Três oficiais da Polícia Militar presos durante a Operação Oiketikus, que investigou esquema criminoso integrado por policiais que facilitavam o contrabando de cigarros, a chamada ‘máfia cigarreira’, foram condenados após julgamento realizado na tarde desta segunda-feira (10), em Campo Grande. Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que cond…

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Três oficiais da Polícia Militar presos durante a Operação Oiketikus, que investigou esquema criminoso integrado por policiais que facilitavam o contrabando de cigarros, a chamada ‘máfia cigarreira’, foram condenados após julgamento realizado na tarde desta segunda-feira (10), em Campo Grande.

Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que conduziu as investigações, os tenentes-coronéis Admilson Cristaldo e Luciano Espíndola da Silva e o major Oscar Leite Ribeiro, eram os líderes do esquema de corrupção da Máfia do Cigarro.

Admilson Cristaldo Barbosa foi condenado a sete anos, um mês e dez dias pelos crimes de corrupção passiva e incontinuidade delitiva, durante os anos de 2016 a 2018. Luciano Espíndola da Silva foi condenado pelos mesmos crimes e também pegou sete anos, um mês e dez dias de prisão. Os dois responderão em regime fechado e não poderão apelar da sentença em liberdade. Eles foram absolvido dos crimes de organização criminosa, lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores.

Já Oscar Leite Ribeiro foi condenado por prevaricação, e pegou pena de 2 anos de detenção em regime aberto. Diferente dos outros condenados ele poderá responder as sentenças em liberdade.

A sentença foi proferida pelo juiz Alexandre Antunes da Silva da Vara de Auditoria Militar de Campo Grande.

Nessa próxima quinta feira (13) passam por julgamento os praças Aparecido Cristiano Fialho, Claudomiro de Goe, Cleyton Azevedo, Marcelo de Souza Lopes e Nilson Espíndola.

Dia 17 serão julgados Ricardo Campos Figueiredo e novamente Aparecido Filho, desta vez, pelo crime de associação criminosa. O último júri do caso realizado neste ano será no dia 18 quando Ricardo Figueiredo será julgado pelo crime de obstrução de Justiça.

Agiam desde 2015

A Operação Oiketikus foi desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual e pela Corregedoria Geral da Polícia Militar. Ao todo, 29 policiais foram denunciados por corrupção passiva e organização criminosa, por integrarem a chamada “Máfia dos Cigarreiros”.

As investigações iniciaram em abril de 2017 e apontaram que policiais militares de Mato Grosso do Sul davam suporte ao contrabando, mediante pagamento sistemático de propina, interferindo em fiscalização de caminhões de cigarros para que não ocorressem apreensões de cargas e veículos, além de adotarem outras providências voltas para o êxito do esquema criminoso.

De acordo com a denúncia do Gaeco, os cigarreiros agiam associados desde o início de 2015, estruturalmente ordenados e com divisão de tarefas. As atividades eram desenvolvidas em dois grandes núcleos.

O primeiro compreendia a região de Bela Vista, Jardim, Guia Lopes da Laguna, e Bonito; ao passo que o segundo Maracaju, Dourados, Naviraí, Mundo Novo, Iguatemi, Japorã e Eldorado.

Todas as cidades fazem parte da chamada ‘rota cigarreira’, que integra rodovias, estradas e cabriteiras usadas para transportar cigarros produzidos no Paraguai e vendidos ilegalmente nas ruas de cidades brasileiras a preços bem menores que os oficiais, por não pagar impostos.

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