Defesa de vizinho que matou por causa de “proibidão do funk” alega legítima defesa

A defesa de Flávio Rojas Vieira da Silva, que vai a júri popular nesta quarta (24) pelo homicídio de Marciano Bispo Fontoura no dia 2 de dezembro de 2016, após uma discussão no Jardim Noroeste, vai alegar legítima defesa. O advogado João Victor de Souza Cyrino disse que o réu agiu sob violenta emoção no calor […]

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A defesa de Flávio Rojas Vieira da Silva, que vai a júri popular nesta quarta (24) pelo homicídio de Marciano Bispo Fontoura no dia 2 de dezembro de 2016, após uma discussão no Jardim Noroeste, vai alegar legítima defesa.

O advogado João Victor de Souza Cyrino disse que o réu agiu sob violenta emoção no calor da briga. Segundo ele, seu cliente agiu em legítima defesa e não teve a intenção de matar a vítima.

Ele afirma que ambos tinham uma rixa antiga por som alto, porém Marciano vinha, há semanas, fazendo ameaças a Flávio. “Isso gerou uma situação de alerta”, afirma.

O advogado conta que, no dia do crime, Flávio acordou após chegar tarde de uma festa com sua namorada, e quando abriu o portão para tirar o carro, pois ia para casa de sua mãe, Marciano apareceu e começou a discutir com o réu. “Durante essa briga, Marciano invadiu a casa de Flávio (varanda), tinha uma faca ali perto, pois às vezes ele fazia churrasco em casa, ele com medo do vizinho, que já tinha o ameaçado, pegou a faca e deu um golpe apenas”.

A defesa alega que o réu “precisou usar a faca para afastar o vizinho pelo medo e pela emoção da briga”. O advogado João Victor contou ao Jornal Midiamax que irá alegar legítima defesa, pois ele descreve que seu cliente não matou por conta da briga por causa do som alto ou teor das letras das músicas, e sim para se defender das agressões, ele irá pedir para que seja retirada a qualificadora já que o acusado teria agido por motivo fútil como consta no processo e alegar homicídio privilegiado, pois segundo ele, Flavio agiu sob violenta emoção no calor da briga.

Por outro lado, durante o inquérito policial, a esposa de Marciano na época disse em depoimento na delegacia que um mês antes do crime, seu marido havia pedido para que Flávio abaixasse o som por estar muito alto e por conter letras indecentes e pornográficas.

Ela disse ainda que acredita que o crime tenha sido premeditado durante toda a semana. “Ele saiu de casa rapidamente após esfaquear Marciano, levando todos seus pertences, sua esposa e filha de 4 anos na época”. Ela complementa que após a discussão que os dois tiveram antes do crime, Flávio disse a Marciano que ele tinha “arrumado para a cabeça”.

Uma adolescente foi testemunha ocular na época do crime, ela conta em sua declaração que após o crime, Flávio saiu de carro xingando sua esposa e quase atropelou Marciano que estava caído no chão agonizando. Ela narra ainda que Flávio dava festas barulhentas, regadas a bebidas e funk com letras desrespeitosas com cunho sexual, com muitos palavrões que incomodava a todos os vizinhos.

De acordo com a denúncia, o acusado teria agido por motivo fútil. Ambos eram vizinhos e acabaram por se desentender, pois o acusado ligava o som em sua residência com volume demasiadamente alto e recusava-se a diminuí-lo quando solicitado pela vítima.

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