Com ficha extensa, alvo de atentado testemunhou contra ex-prefeito
Salem Vieira permanece internado na UTI
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Salem Vieira permanece internado na UTI
Alvo de um atentado na última sexta-feira (2), no Bairro Guanandi, Salem Pereira Vieira, segue internado no CTI (Centro de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Campo Grande, mas apresentou melhora no quadro clínico. Ele ficou conhecido em 2015, quando foi testemunha em um processo contra o ex-prefeito Gilmar Olarte, no escândalo sobre os cheques em branco.
Antes de aparecer como testemunha de acusação contra o ex-prefeito, e reconhecer que chegou a trocar cheques, em 2012, para o assessor de Olarte, Ronan Feitosa, Vieira já havia sido preso mais de uma vez.
Em 2005, ele foi preso em flagrante acusado de ter cometido um roubo. Um ano depois ele ganhou progressão de pena e foi para o semi-aberto, de onde fugiu em dezembro daquele ano, sendo recapturado em outubro de 2008.
Em fevereiro de 2012, ele foi preso novamente por porte ilegal de arma, mas foi posto em liberdade após pagar fiança.
Dois anos depois, em 2014, quando já havia feito a suposta troca de cheques, foi preso novamente, também pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. Desta vez, a detenção foi efetuada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado).
A reportagem ligou para o ex-prefeito na manhã desta terça-feira, mas ele não atendeu a ligação para comentar o assunto.
Escândalo
Foi a participação no caso envolvendo o ex-prefeito que tornou Salem mais conhecido. Ele foi uma das testemunhas no processo no qual o ex-prefeito era acusado dos crimes corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por, supostamente, utilizar cheques de terceiros durante a campanha de 2012, sob a promessa de empregos e vantagens na administração municipal.
Na época, Olarte era candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Alcides Bernal (PP). Como os donos dos cheques não tinham dinheiro para cobrí-los no banco, tiveram os nomes negativados, e passaram a cobrar Ronan pelos pagamentos.
Salem disse, em seu testemunho, que chegou a procurar Bernal, já eleito e empossado prefeito, quando teria percebido que estaria diante de um ‘possível golpe’ com cheques sem fundo. O caso foi julgado ano passado, e Olarte foi condenado a 8 anos e 4 meses de prisão em regime fechado, mas recorre em liberdade, enquanto Ronan foi condenado a 3 anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto, e o terceiro réu, Luiz Márcio Feliciano foi considerado semi-inimputável e ficou obrigado a cumprir dois anos de tratamento ambulatorial.
Ao prestar depoimento no caso dos cheques, Salem contou que chegou a ser ameaçado pelo ex-prefeito, ao justificar o fato de andar armado. “Me falaram que pegariam meu pai e minha mãe”, contou Vieira, em novembro de 2015.
Saúde
A assessoria da Santa Casa da Capital informou que Salem permanece internado no CTI, mas está estável e entubado, apesar de apresentar melhora no quadro clínico. Ele foi alvejado com sete tiros em frente a uma escola no Bairro Guanandi. A Polícia ainda investiga o caso.
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