Após ataque, comunidade LGBT cobra mais segurança em Campo Grande

O atentado contra a vida de um jovem em um bar, na madrugada do último sábado (16), levou a comunidade LGBT a lutar por segurança na vida noturna, em Campo Grande. Na manhã desta terça-feira, donos de estabelecimentos comerciais se reuniram com representes da Segurança Pública a fim de traçar políticas contra os crimes de […]

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O atentado contra a vida de um jovem em um bar, na madrugada do último sábado (16), levou a comunidade LGBT a lutar por segurança na vida noturna, em Campo Grande. Na manhã desta terça-feira, donos de estabelecimentos comerciais se reuniram com representes da Segurança Pública a fim de traçar políticas contra os crimes de ódio.

Uma força-tarefa será montada, a partir do próximo fim de semana, entre Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana nas regiões apontadas como suscetíveis a esse tipo de ocorrência. Munidos de imagens das câmeras de segurança, testemunhas, publicações em redes sociais e policiamento visado, o poder público visa punir agressões e tentativas de homicídio contra os grupos minoritários.

Durante a reunião foram tratadas questões como policiamento ostensivo em horários específicos, registros de boletim de ocorrência e varreduras nas câmeras de estabelecimentos e vias públicas.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Waldir Ribeiro Acosta, garantiu que haverá mais segurança, nas regiões que registraram situações adversas, com a instalação de novos equipamentos para monitoramento e policiamento velado – ou seja, à paisana. “Através da Agência de Inteligência da Polícia Militar nós iremos minimizar essas situações e tirar de circulação essas pessoas nocivas.”

Também ficou acordado que será de responsabilidade dos proprietários repassar a relação de casas noturnas em situação de vulnerabilidade para que rondas externas com viaturas caracterizadas sejam feitas com mais frequência.

Frank Rossatte Da Cunha Barbosa, subsecretario De Políticas Públicas LGBT, também foi procurado devido aos atentados que vem ocorrendo no Estado. Conforme o subsecretário, as ações ficaram mais decorrentes em função do período eleitoral e das ideologias de pessoas extremistas. “As pessoas têm esse fator ideológico e utilizam esse mecanismo para expressar a violência, o ódio e o rancor.”

Outra questão citada no encontro foram os pontos de prostituição na região Central do município. Barbosa lembrou que mulheres transexuais também sofrem violências durante o horário de trabalho e clamou por mais segurança durante as madrugadas. “As meninas vão estar junto da gente enviando dados e características dos agressores. O que pedimos é que a população em geral denuncie. Precisamos de estatísticas”, completou.

Ódio gratuito

Após ataque, comunidade LGBT cobra mais segurança em Campo Grande
Homem chegou atirando e fugiu

Um rapaz de 20 anos foi atingido por dois tiros na madrugada de sábado (13) enquanto estava do lado de fora do Bar Fly. De acordo com a proprietária do local, diversos frequentadores viram um homem estacionar um veículo prata na esquina, descer a pé com a arma em punho e dar tiros em direção às pessoas.

Conforme testemunhas, o homem chegou derrubando motos e gritando ‘seus bando de viado, de filho da puta (sic)’. Em seguida, ele teria dado três tiros. Dois deles acertaram o jovem nas costas, de raspão.

Na ocasião, a casa noturna sediava uma festa de Halloween voltada para o público LGBTQ+.

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