Suspeito de 16 mortes, Nando reclama de atendimento na prisão e quer ir para casa
‘Dono de cemitério clandestino’ requereu prisão domiciliar
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‘Dono de cemitério clandestino’ requereu prisão domiciliar
Alegando problemas de saúde e “precário atendimento médico oferecido” pelo sistema penitenciário, Luiz Alves Martins Filho, o Nando, pediu à Justiça substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar. Preso desde o dia 10 de novembro do ano passado, ele se intitulou ‘justiceiro’ e confessou ser o responsável pela morte de 16 pessoas, destas, 13 enterradas em um cemitério clandestino no Bairro Danúbio Azul, em Campo Grande.
“O reeducando está em péssimas condições de saúde e higiene, com aspecto visível de maus tratos, tudo em virtude do precário atendimento médico dispensado pelo sistema prisional”, afirma a defesa.
Por causa de um estreitamento do canal urinário, Nando teve catéter introduzido na bexiga para fazer a coleta da urina. Conforme os advogados que o representam, a troca da sonda não tem sido feita dentro do prazo que deveria, situação que segundo eles, tem provocado consequências físicas e emocionais. “Não são raros os episódios que ele chegou a pensar em cometer suicídio”, alega a defesa.
O pedido de Nando para ir para casa foi feito na última quarta-feira (12). Um dia depois, na quinta-feira (13), o Ministério Público Estadual recomendou à Justiça que o pedido seja negado, isso porque, segundo o MPE, a Defensoria Pública Estadual já requereu junto a 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande a adoção de medidas para que seja realizado o devido tratamento do detento.
Agora, a decisão final será dada pela 2.ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.
O caso
No dia 10 de novembro, uma operação coordenada pela Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) resultou na prisão de Nando e seus comparsas. Ao todo, 18 pessoas foram presas por envolvimento no caso. Durante todo o processo de buscas pelas vítimas, Nando negava o esquema de exploração sexual e tráfico e se intitulou um ‘justiceiro’, afirmando que matava aqueles que cometiam furtos na região.
Foram, segundo a polícia, 16 pessoas de todas as idades e sexos, assassinadas por Nando e seus comparsas. Dessas, 13 foram enterradas no cemitério clandestino, todas da mesma forma, amarradas e de cabeça para baixo. As vítimas ainda foram estranguladas, isso porque Nando não gostava de ver sangue.
No dia 20 de dezembro, as buscas pelas ossadas foram encerradas pelas equipes da Polícia Civil, faltando localizar três vítimas de Nando. Conforme apurado pela reportagem, ainda não há previsão para as buscas recomeçaram. Agora, a polícia espera os laudos periciais de vínculos genéticos das ossadas encontradas, para confirmar a identidade das vítimas.
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