Kauan foi estuprado, morto por asfixia e esquartejado por duas vezes, diz polícia
O menino teria sido abusado depois de morto
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
O menino teria sido abusado depois de morto
Violência, descaso e abusos. Esta era a realidade das dez vítimas de um professor de 38 anos, morador do Coophavila II. No dia 25 de julho, uma dessas crianças foi vista pela última vez e nesta sexta-feira (25) a Polícia Civil divulgou detalhes da investigação do desaparecimento e morte do menino Kauan Andrade, de 9 anos: ele foi estuprado, morto asfixiado e esquartejado por duas vezes.
Kauan era filho de família simples, tinha nove irmãos, e morava no Aero Rancho, foi no bairro, enquanto cuidava de carros, que foi visto pela última vez. O que poucos sabiam era onde o garoto e os amigos iam depois do ‘serviço’. O destino, uma casa da Rua da Praia, no Coophavila II. Era ali que o homem responsável por sua morte morava, aliciava e estuprava crianças.
O professor, que está preso desde o dia 21 de julho, aliciava os meninos, dava dinheiro a eles e cometia os abusos, sempre com mais de uma vítima ao mesmo tempo. No dia em que Kauan foi morto, outros quatro adolescentes acompanharam o estupro e foram eles que levaram a polícia ao suspeito.
A primeira testemunha do caso, um adolescente de 14 anos, revelou ser o responsável por levar o menino a casa do autor no dia do crime. Nos primeiros depoimentos, por medo do suspeito, ele omitiu informações da polícia, mas depois de saber da prisão do homem confessou a presença de outros três colegas no crime, adolescentes de 13, 14 e 16 anos.
Segundo o relato dos quatro adolescentes, o menino morreu enquanto era abusado. Para cometer o estupro o professor teria ‘tampado’ a boca do menino com um pano para abafar seus gritos, o que leva a polícia a acreditar que ele morreu asfixiado. Já sem vida, Kauan foi abusado novamente, desta vez pelas testemunhas, que foram ameaçadas e obrigadas pelo suspeito a estuprar a criança.
O corpo de Kauan foi esquartejado pelo autor, ainda segundo os relatos dos adolescentes, possivelmente com um facão, que foi apreendido pela polícia na casa em que o crime aconteceu. O garoto foi levado dentro do porta-malas do carro do professor até as margens do Córrego Anhanduí.
Mesmo com as buscas por toda a extensão do córrego Kauan nunca foi encontrado e com as investigações, a Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) acredita que o professor voltou ao local, que estava marcado com uma pedra, esquartejou novamente o corpo do menino e o enterrou em outro local. O suspeito, mesmo com todas as provas, nega o crime.
Na casa do professor, a perícia conseguiu localizar uma grande quantidade de sangue. Conforme o delegado Paulo Sérgio Lauretto, responsável pela investigação, com uso do luminol foi detectado vestígio de sangue na cama do suspeito, marcas de arrasto de corpo até uma edícula e lá manchas nas paredes, o que reforça a versão dos quatro adolescentes.
Tudo passou por exames, mas por conta das diversas tentativas de limpeza, o material para o DNA desgastou. Ainda assim, os laudos comprovaram que o sangue é humano e masculino, mas não é possível dizer com precisão se realmente é do menino. Ainda de acordo com a polícia, um dos exames foi compatível com um dos irmãos de Kauan, que afirma nunca ter ido até a casa.
Durante as investigações, a situação de miséria em que a família de Kauan vive ficou ainda mais evidente, segundo a delegada Aline Gonçalves Sinnott Lopes, da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), nenhum objeto de uso exclusivo do menino foi encontrado pelas equipes para ser enviada a exames. “Nem a escoava de dente só dele encontramos”.
A crueldade do caso chocou toda a equipe envolvida nas investigações, mas segundo Lauretto, o sentimento que fica é de que essa morte poderia ser evitada, se essa criança e todas as outras vítimas do professor, fossem acompanhadas pelas famílias. O menino já havia sido abusado em outras ocasiões, assim como os ouros adolescentes envolvidos em sua morte.
Para a polícia, o adolescente de 14 anos, que teria levado Kauan a caso do suspeito, contou que era estuprado desde os 10 anos. Com uma nova vítima, a especializada já investiga 10 casos de estupro de vulnerável contra o professor, todas vítimas vindas de famílias pobres.
O principal suspeito da morte do menino está preso preventivamente por outros oito estupros de vulnerável e também temporariamente pelos crimes praticados contra Kauan, o estupro de vulnerável seguido de morte e ocultação de cadáver. Para a imprensa, Lauretto afirma que o pedido para que essa última prisão seja convertida em preventiva já foi feito.
O prazo para encerrar o inquérito sobre o caso termina nesta sexta-feira, mas conforme o delegado, deve ser prolongado, já que laudos pedidos pela polícia ainda não entregues. (Matéria alterada às 11h11 para acréscimo de informações)
Notícias mais lidas agora
- Chuva chega forte e alaga ruas da região norte de Campo Grande
- Há 13 anos, casa no bairro Santo Antônio é decorada por Elizabeth com enfeites únicos de Natal
- Pais são presos após bebê de 2 meses ser queimado com cigarro e agredido em MS
- VÍDEO: Moradores denunciam mulher por racismo e homofobia em condomínio: ‘viadinho’
Últimas Notícias
Pedestre morre atropelado por caminhão na BR-376 em Fátima do Sul
Acidente aconteceu entre o Aeródromo e a região conhecida como ‘Tonico Rosso’
Atletas do MS participam da Copa Nacional Quilombola
Participam da Copa Nacional Quilombola 26 equipes
Pais presos após bebê de 2 meses ser agredido e queimado com cigarro responderão pelo crime de tortura em MS
O casal foi preso na última quinta-feira (5), contudo, o caso veio à tona somente nesta quarta-feira (11)
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.