Justiça manda para casa suspeito de ser dono da metralhadora usada na execução de Rafaat

Empresário estava preso em Tacumbú, na capital do Paraguai

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Empresário estava preso em Tacumbú, na capital do Paraguai

A cinematográfica execução do narcotraficante brasileiro Jorge Rafaat Toumani, ocorrida na noite de 15 de junho de 2016 em Pedro Juan Caballero, município vizinho a Ponta Porã, distante 313 quilômetros de Campo Grande, teve destaque internacional pela utilização de uma metralhadora .50. A arma antiaérea possibilitou destruir a blindagem do Hummer conduzido pelo “Rei da Fronteira” e teria sido fornecida aos pistoleiros por um empresário que ganhou recentemente o benefício da prisão domiciliar, após 9 meses na penitenciária de Tacumbú, em Assunção.

Carlos Federico León Campos, proprietário da empresa Comtecpar SA, foi processado por tráfico de armas, segundo o ABC Color, principal jornal do Paraguai. A publicação cita a apreensão de armamento de guerra em uma casa pertencente ao empresário na capital paraguaia, no dia 9 de março de 2016.

Naquela ocasião, além de fuzis, pistolas, silenciadores, explosivos e munições, foram flagradas duas metralhadoras .50 semelhantes a que três meses depois viria a ser acoplada na carroceria de uma caminhonete SUV para surpreender a escolta de Rafaat e mata-lo.

A acusação que levou Campos à cadeia foi de crimes contra a legislação paraguaia relativa às armas, além de associação criminosa, conforme o ABC Color.

No entanto, Gustavo Santander Dans, Pedro Mayor Martínez e Delio Vera Navarro, magistrados do Tribunal de Apelações, decidiram por unanimidade conceder o benefício de prisão domiciliar ao acusado, mediante controle da Polícia Nacional e obrigação de comparecer às audiências judiciais. Ele também está proibido de deixar o país ou portar armas.

De acordo com a publicação do país vizinho, os magistrados levaram em consideração a Constituição Nacional no trecho em que veda a prisão temporária de algum réu em por um período superior ao da própria pena prevista para o crime do qual é acusado. E no caso de Campos, detido há 9 meses e 16 dias, a pena mínima estabelecida é de 6 meses.

Conteúdos relacionados