Investigações ‘antigas’ sobre esquema criminoso em presídios de MS emperram

Cúpula da Agepen e sindicalista são alvos

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Cúpula da Agepen e sindicalista são alvos

Investigações acerca de denúncias contra servidores ligados ao sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul, como supostas práticas de corrupção, tráfico de droga e lavagem de dinheiro, dentro dos presídios, correm já entre dois e três anos, ainda sem desfecho.

No Ministério Público Estadual – 50ª Promotoria de Justiça – há um procedimento investigatório instaurado em março do ano passado, que implicaria a cúpula da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), e até o comando do Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária, entidade que representa os agentes penitenciários.

A reportagem tenta ter acesso a denúncias que tramita na 50ª Promotoria, há dois dias, mas o pedido exige a autorização da promotora Renata Ruth Fernandes Goya Marinha, que ainda não tinha avaliado a questão até à tarde desta terça-feira (31).

Quando a denúncia foi instaurada chefiava a 50ª Promotoria a promotora de Justiça Jiska Sandri Trentin, que atua hoje em outro setor do MPE.

Cópias da denúncia em questão correm pelas redes sociais, WhatSapp, principalmente.

Diz a denúncia que Gilson Martins, que ocupa cargo de chefia na Agepen, seria o chefe de um esquema adotado dentro dos presídios de MS. A trama, diz a acusação, envolveria ao menos cinco agentes penitenciários.

Seria missão dos denunciados arrecadar dinheiro nas cantinas instaladas dentro dos presídios, facilitar saída de encarcerados que cumprem pena em estabelecimentos para albergados.

A denúncia cita também que agentes seriam responsáveis pela entrada de drogas e telefones nos presídios, mercadorias depois negociadas com os presos.

COMBINADO

Até a nomeação do diretor-presidente da Agepen Airton Stroppa teria sido negociada, com o governo estadual, pelo esquema. Neste caso, segundo a denúncia, o presidente do sindicato dos agentes penitenciários, André Luiz Santiago, teria participado. Gilson e Santiago teriam convencido Stropa a assumir a Agepen.

“Em verdade, Gilson e Santiago, viram uma oportunidade eminente de serem beneficiados, manipulando uma pessoa [que seria Stropa] certamente honesta, mas sem nenhum conhecimento do sistema penitenciário, e em breve possivelmente passarem a ser os mandatários do órgão [Agepen]”, diz trecho da denúncia.

O sindicalista André Santiago negou que tenha participado da escolha do chefe da Agepen. Ele disse que o nome de Stropa foi definido por meio de uma lista tríplice que foi encaminhada ao governo. “Isso [denúncia] está parecendo coisa política”, afirmou Santiago.

Stropa e Gilson, citados na denúncia, não foram localizados na tarde desta terça-feira.

GAMELEIRA

A Polícia Civil também investiga suposto esquema de tráfico de droga e corrupção no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, em Campo Grande. A apuração foi aberta em 2014, testemunhas foram ouvidas e a delegada do caso, Ana Cláudia Medina, impôs sigilo na condução do inquérito.

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público Estadual, é outro órgão que investiga o sistema penitenciário de MS. O grupo fez duas operações nos 10 últimos dias, cumprindo mandados de buscas e apreensões e a prisão de dois diretores de presídios, em Corumbá.

 

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