Filho do principal suspeito de ter estuprado e matado Kauan, garoto vira alvo no Facebook
Jornais locais identificaram o homem antes do desfecho do caso
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Jornais locais identificaram o homem antes do desfecho do caso
O filho do principal suspeito de ter estuprado, matado e jogado o corpo de Kauan Andrade, de 9 anos, no Córrego Anhanduí em Campo Grande, está sendo hostilizado em sua página pessoal do Facebook. Jornais locais identificaram o homem, apesar de ainda não haver confissão nem indiciamento pelo crime. Na sequência, o garoto virou vítima do ódio público nas redes sociais por causa do pai.
“A família do Kauan tinha que fazer isso com o filho dele também pra ele sentir na pele a dor que ele fez a família passar”, disse uma usuária da rede social. “Vi em um comentário que ele disse, sou cópia do meu pai. Então vc vai ser mostro e covarde igual seu pai”; “E o pior é que esse monstro tem filho gente…. como pode fazer isso com o filho dos outros desgraçado”.
Já outros perfis repudiam os comentários pelo fato do garoto não ter culpa em relação aos crimes em que o pai é suspeito. “Garoto vc não tem culpa do pai que tem, delete seu face , antes que sobre para vc, as pessoas estão revoltadas , retire suas fotos do perfil de seu pai. Só um toque, para que isso tudo não te atinja diretamente ok”.
“Ele não tem que ser igual esse monstro do pai dele tem que mostra que ele pode ser melhor já que o pai não deu exemplo de vida”. “Dor todo mundo ta sentindo… tanto pela família quanto pela criança… mais vc vir na página do menino que nada tem haver com isso pra ofender e desejar maldades p ele… cara, vc consegue ser tão repugnante quanto o pai que cometeu o crime!”.
“Meu Deus do céu!!!! Isso é ridículo. Esse menino NÃO tem nada a ver com o que o pai cometeu!!!! Pelo amor de Deus, parem de falar besteira!!!!!”, são alguns dos comentários.
Caso
Kauan desapareceu da casa da família, no Aero Rancho, no dia 25 de junho. O menino cuidava carros na região quando foi visto pela última vez. A família registrou boletim de ocorrência e as investigações foram realizadas pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). Foram mais de 20 dias sem notícias até o último sábado (22), quando o caso foi esclarecido.
Durante as investigações do desaparecimento, um adolescente de 14 anos acabou apreendido por envolvimento no crime. Ele relatou à polícia que atraiu Kauan na noite do dia 25 de junho para a casa do pedófilo. A criança teria falecido enquanto era violentada.
Com Kauan inconsciente, não se sabe ainda se desmaiado ou já sem vida, os suspeitos colocaram o corpo do menino em saco plástico e ‘desovaram’ no Córrego Anhanduí, por volta da 1 hora do dia 26 de junho.
O pedófilo suspeito de matar Kauan nega as acusações, mas de acordo com o delegado Paulo Sérgio Lauretto, o depoimento do adolescente e os fatos já confirmados pela perícia, na casa do revendedor de celulares, não deixam dúvidas da autoria.
Na casa do homem, que também já teria dado aulas de português em uma escola da região sul de Campo Grande, a polícia encontrou sangue na cama, no chão e no porta-malas do carro, além de material pornográfico no computado. Dois dos filmes apreendidos mostravam cenas com o próprio suspeito.
Sobre o local onde o corpo foi deixado, segundo a autoridade policial, o adolescente apresentou contradição. Ele afirma que entrou no carro do pedófilo, com o corpo no porta-malas, mas que não desceu do veículo para jogar o corpo. O criminoso teria ido sozinho às margens do córrego e permanecido por aproximadamente 30 minutos.
Incêndio
Na noite deste domingo (23) a casa onde o suspeito morava foi incendiada, supostamente por populares. O imóvel estava com as janelas quebradas, a porta arrombada, mas sem grandes danos causados pelo princípio de incêndio, que logo foi controlado pelos militares.
Autônomo em revenda de celulares, o suspeito se apresentava como professor para ganhar a confiança das vítimas e as levar para sua casa. Na manhã desta segunda-feira (24), vizinhos lembraram que o local era sempre movimentado e ‘vivia cheio de crianças e adolescente’, mas não o suficiente para despertar a desconfiança dos moradores.
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