Condenado por 1ª caso de feminicídio em MS pega 26 anos e faz ‘V’ de vitória
Isis foi morta em junho de 2015
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Isis foi morta em junho de 2015
O julgamento do primeiro caso considerado feminicídio em Mato Grosso do Sul terminou com a condenação de 26 anos de prisão de Alex Armindo Anacleto de Souza, nesta segunda-feira (18), em Ribas do Rio Pardo. Por matar e ocultar o corpo da ex-mulher, Isis Caroline da Silva, de 24 anos, Alex poderia ser condenado em pouco mais de 16 anos de detenção, mas a questão de gênero foi crucial para que a pena ficasse próxima dos 30 anos, o máximo possível conforme a legislação brasileira.
O julgamento inédito e considerado histórico para o Estado iniciou às 8 horas e acabou pouco antes das 17 horas. A pequena sala do Fórum da cidade ficou cheia de parentes de Ísis, que vivem em Campo Grande, e moradores da cidade.
O júri popular entendeu que Alex deve responder pelo crime de homicídio tetra-qualificado. As qualificadoras apresentadas pela acusação e aceitas pelo júri foram: motivo torpe, questão de gênero (feminicídio), dissimulação e ocultação de cadáver.
Inicialmente, a condenação seria de 16 anos e seis meses, mas o feminicídio elevou 1/6 da pena, fazendo com que Alex fosse condenado a 24 anos e 9 meses. Os outros 1 ano e 3 meses que completaram a soma de 26 anos vieram do crime de ocultação de cadáver.
O promotor George Zarour Cesar foi o assistente de acusação e detalhou para os jurados o que levou Alex a matar Isis. Em junho de 2015, depois de uma sequência de tentativas de reconciliação, Alex matou a jovem enforcada e arrastou o corpo até um rio da cidade. Isis só foi encontrada cinco dias depois.
Segundo o promotor, Alex nunca deixou a jovem em paz. Mesmo em um novo relacionamento, ela vivia sendo perseguida pelo ex. Ameaças ao pai de Isis e as duas filhas dela, que hoje têm 5 e 8 anos, eram constantes.
“Todas vezes que Isis tentava se livrar, ele a estuprava, agredia ou tentava matá-la. Alex solto faria o mesmo com outras mulheres por elas serem mulheres”, disse o promotor.
Os resultados dos exames periciais no corpo de Isis, que foram inconclusivos em razão da decomposição do corpo, foram usados pela defesa de Alex para tentar livrá-lo de uma pena maior. Advogado Vitor Plenamente, que representa Alex, afirmou, ainda, que a jovem vivia um “triângulo amoroso”. O defensor também sustentou que o cliente agiu sob forte emoção por ter esperanças que a jovem voltasse para ele.
Mãe de Isis, Margareth Oliveira da Silva falou com o jornal Midiamax e se disse aliviada com a condenação. “Onde for que minha filha estiver, ela vai ter paz a partir do momento que ele for condenado. Essa condenação vai mostrar que nada da nossa luta de 2 anos e 3 meses ficou em vão”, desabafou.
Outro caso
No fim de agosto, outro julgamento terminou com o réu condenado a 13 anos pelo crime de feminicídio. O pedreiro Wilson Lima, de 70 anos, invadiu o Hospital Regional, na Capital, em janeiro de 2016 para matar a facadas a ex Vilma Lima, de 57 anos.
Apesar do julgamento ter sido no mês passado, o crime envolvendo Isis e Alex é anterior, de junho de 2015.
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