Com suspeito solto, justiça realiza 2ª audiência da morte de jornalista
Crime aconteceu em dezembro de 2016
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Crime aconteceu em dezembro de 2016
A segunda audiência sobre o assassinato do jornalista e ex-escrivão da Polícia Civil, Nicodemos Moura Rodovalho de Alencar, que aconteceu em dezembro no ano passado no Bairro Nova Lima, está marcada para o dia 24 deste mês. Testemunhas que não compareceram na primeira sessão serão ouvidas pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida.
A primeira audiência sobre o crime aconteceu no dia 10 de abril deste ano. Na data, nove pessoas prestaram depoimento, mas três das testemunhas intimadas pela justiça não compareceram, entre elas a mulher considerada a pivô do assassinato de Nicodemos.
Ela estaria morando em Curitiba e por conta isso foi solicitado a justiça do Paraná que a mulher preste depoimento por carta precatória. Além dela, um amigo do autor do crime foi chamado para a audiência. João Rodrigues Lopes, de 59 anos, réu confesso do homicídio, responde o processo em liberdade.
Ele foi preso em flagrante pela Polícia Civil no mesmo dia do crime, 27 de dezembro. Em janeiro o juiz concedeu a liberdade provisória a João Rodrigues, diante ao pagamento de fiança de um salário mínimo, considerando que ele não possuía antecedentes, tinha emprego e residência fixa.
No mês passado, o irmão de Nicodemos chegou a denunciar ao Ministério Público Estadual que no dia 20 de junho viu o autor e a pivô do crime passando na frente da casa da família e o documento foi anexado ao processo, tratado como homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.
O caso
Em depoimento João Rodrigues afirmou que cometeu o crime para vingar a amiga, uma jovem de 19 anos, que teria sido ameaçado pelo jornalista. Na versão dele, a vítima teria tentado estuprar a mulher e indignado com a situação ele resolveu dar um susto nela.
Foi enquanto Nicodemos conduzia seu veículo Corsa, pela Rua Jaime Cervera, que o autor passou a perseguir ele em um Volkswagen Gol. No cruzamento da rua com a Avenida Candido Garcia de Lima, João disparou contra o carro do jornalista. Ele foi atingido na nuca, perdeu o controle da direção e colidiu no muro de uma residência.
A todo momento o suspeito afirmou que não queria matar o jornalista. Ele ainda explicou que havia comprado a arma usada no crime, um revólver calibre 38, há 10 anos para se defender. A jovem, que seria pivô do crime, foi inocentada pelo suspeito e contou à polícia que estava trabalhando quando tudo aconteceu.
Ela explicou que conhecida João há 7 anos e foi abusada por ele dos 12 aos 17 anos de idade, parando de manter relações sexuais com o suspeito quando conheceu Nicodemos. Para a polícia ela afirmou que os dois nunca tiveram um relacionamento, mas que no mês em que foi morto o amigo teria se declarado para ela e a pedido em namoro.
A jovem alega que negou e por conta disso passou a ser ameaçada pelo jornalista. Na véspera do crime, ele teria ido até a casa dela, a ameaçado por uma faca por ciúmes de João e afirmado que a faria perder o emprego. Nessa ocasião, ela teria jogado uma pedra no carro de Nicodemos. Um boletim de ocorrência contra ele foi registrado na data.
Ainda conforme o inquérito policial, a jovem negou ter contado para o autor do crime a situação e chegou a ajudar as equipes da 2ª Delegacia de Polícia Civil a encontrar o suspeito, marcando um falso encontro com ele. No entanto na época testemunhas relataram que foi João quem teria discutido com a vítima no dia 26 de dezembro. A participação da mulher no crime ainda é investigada
Expulsão
Em 2012, Nicodemos foi expulso da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, após ser julgado pelos crimes de estupro e estupro de vulnerável. Em um dos casos, ele teria forçado uma adolescente de 15 anos a ter relações sexuais com ele, e chegou a ameaçar a jovem com uma arma. Ele atuava como escrivão no município de Amambai.
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