Disse que ele não tem intenção de fugir

Após a morte de Ronny Chimenes Pavão no fim da tarde de terça-feira (14) na região de fronteira com o Paraguai em Ponta Porã, a 346 quilômetros da Capital, o irmão Jarvis Pavão entrou com pedido para ir ao velório. Jarvis é apontado como chefe do tráfico na região da Tríplice Fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai.

A advogada de Pavão, Laura Caruso, disse para a imprensa paraguaia que a presença dele no velório do irmão é um direito e que “será uma injustiça” se não for permitido. O pedido foi apresentado ao Juizado de Execução. “Que venha a embaixada dos Estados Unidos, os russos. Jarvis não tem intenção de fugir”, disse a advogada.

Ronny foi assassinado quando saía de uma academia em Ponta Porã. A advogada de Jarvis disse ainda ao site ABC Color que ele deixa três filhos, uma menina e dois meninos, e por fim afirmou “As famílias na fronteira são sagradas”.

Jarvis, que está preso em Assunção (PY), chegou a ser acusado da morte de Jorge Rafaat Toumani, narcotraficante assassinado em uma emboscada em junho do ano passado, em Pedro Juan Caballero. Ele foi absolvido em novembro do ano passado pelo juiz federal Odilon de Oliveira.

Pavão cumpre pena de oito anos de prisão no Paraguai por tráfico de drogas. Já havia sido condenado no Brasil a 17 anos de cadeia por lavagem de dinheiro, mas fugiu para o país vizinho, onde foi detido em 2009. Quando cumpria pena no Presídio de Tacumbu, o brasileiro ostentava instalações luxuosas.

A situação foi descoberta pela polícia paraguaia ao fazer buscas na cela neste ano. A cela, de três cômodos, contava com sala de reuniões, TV de plasma, biblioteca e cozinha. Depois disso, o brasileiro foi transferido para uma unidade de segurança máxima de Assunção.

Assassinato

Ronny foi executado a tiros quando saía de uma academia por volta das 18 horas, a tiros de pistola 9 mm. As Polícias Militar e Civil foram acionadas para irem até o local e não identificaram ou prenderam o pistoleiro, que teria fugido para o Paraguai. O autor dos disparos estava em uma motocicleta e atirou aproximadamente 12 vezes contra a vítima.

Morte de Rafaat

Pavão foi apontado como um dos suspeitos de encomendar a morte do empresário Jorge Rafaat, no dia 15 de junho, de 2016. Os dois eram apontados como líderes de facções criminosas rivais. Ao sair de seu escritório em Pedro Juan Caballero, cidade que faz fronteira com o Mato Grosso do Sul, Rafaat foi atacada por um grupo de pessoas fuzis AK 47 e Mag antiaérea e metralhadoras.

No local, além de centenas de cápsulas de projéteis, a polícia também encontrou armas de grosso calibre, tais como fuzis e 50, todos de posse militar, que furaram a blindagem do Jipe Hummer usado por Rafaat, do mesmo modelo utilizado pelo exército dos Estados Unidos.