Vítima foi agredida e humilhada
Um homem de 32 anos foi torturado e mantido refém por mais de 10 horas depois de ser acusado de denunciar uma boca de fumo do Bairro Monte Castelo, em Campo Grande. Ele foi agredido, ameaçado e até enforcado com um cadarço até conseguir escapar dos bandidos, já na madrugada deste sábado (15). A vítima ainda teve o salário e o celular roubado.
O caso, segundo o boletim de ocorrência, aconteceu por volta das 17 horas desta sexta-feira (14). A vítima voltava do trabalho quando foi cercada por um grupo de homens, entre eles um de seus vizinhos, conhecido na região por ser usuário de drogas.
Os suspeitos o enforcaram com um cadarço e o levaram para a casa do conhecido da vítima, onde ela foi mantida refém até às 4h40 deste sábado. Durante o tempo que passou em poder dos bandidos, o homem foi amarrado com fios de energia nas mãos, pés e pernas e ainda teve o fio envolto no pescoço.
Para a polícia, ele contou que foi torturado, ameaçado de morte, agredido com coronhadas na cabeça e ainda teve a calça rasgada com uma faca. Na casa, havia várias pessoas, que faziam uso de drogas e ainda se revezavam para agredi-lo e humilhá-lo.
O motivo, segundo a vítima, seria uma denúncia feita a polícia sobre a boca de fumo que o grupo frequentava, no Monte Castelo. O homem foi acusado de ser o responsável por entregá-los e ainda de ser ‘irmão de policial’. Em depoimento, a vítima desmentiu e afirmou que nunca denunciou os suspeitos.
Já de madrugada, o vizinho da vítima teria perguntado para um segundo envolvido, que seria seu irmão e estava deitado em uma cama por ser paraplégico, o que deveria fazer com o refém. O homem decidiu pela execução e o usuário de drogas encharcou um pano com óleo de motor, “para colocar na boca da vítima e esfaqueá-la sem barulho”, mas foi impedido pelo comparsa.
Alegando que a casa não era um bom local para o crime, o suspeito convenceu o irmão a colocar a vítima no porta-malas e tirá-lo dali. O homem teria sido colocado em um Fiat Uno e chegou a ouvir os suspeitos conversando sobre como o matariam, mas antes de ser levado aproveitou um momento de distração dos autores para escapar.
Enquanto aguardavam, amigos dos suspeitos chegaram ao local com cerveja e todos saíram para fumar atrás da casa, deixando o porta-malas aberto. Foi então que a vítima conseguiu cortar o fio que o prendia e fugiu. Ele procurou a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) centro, onde o caso foi registrado. O valor roubado não foi divulgado. A Polícia Civil investiga o crime como roubo majorado pela restrição de liberdade da vítima.
