‘Treta familiar’ de 4 meses atrás teria motivado morte depois de bebedeira

Três pessoas foram presas pelo crime

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Três pessoas foram presas pelo crime

O assassinato do pintor Franklin Sales Santa Rita, de 29 anos, na manhã desta quinta-feira (28) teria acontecido em virtude de uma briga familiar que durou cerca de quatro meses e se intensificou durante uma festa na casa em que o assassinato aconteceu, na noite anterior. Nesta tarde, o padrasto da mulher da vítima, o irmão dele e sua esposa foram presos pela Polícia Militar.

A versão para a motivação do homicídio foi contada pela sogra do pintor, que preferiu não se identificar. Segundo ela disse à polícia, a briga entre os envolvidos começou no período em que Franklin foi trabalhar em Três Lagoas e deixou a família na Capital.

A versão relatada é cheia de diz-que-disse, o que acabou, segundo o depoimento, gerando a confusão familiar. De acordo com ela, em fevereiro deste ano, um parente da cunhada do seu marido viu a filha conversando com um homem em frente de casa e contou para ele. A suspeita então, identificada como Rosângela Márcia Vilalva, de 43 anos, contou para o marido, Mário Márcio da Costa Alves Vitoriano, o ‘Paraíba’.

‘Paraíba’ é irmão de Mauro Alves da Costa, de 28 anos, namorado da sogra de Franklin. Depois de saber da história pela esposa, ‘Paraíba’ teria ido até a casa da vítima, tirar satisfação sobre a suposta traição. “Ele apontou o dedo na cara dela e ofendeu minha filha”, lembra a mulher.

Imediatamente, a esposa de Franklin entrou em contato com ele e explicou a situação. Foi então que a briga começou. Segundo a sogra, na época o genro passou a ameaçar o seu cunhado, e o marido ‘tomou as dores do irmão’, também se envolvendo na briga.

Nesta quarta-feira (27), durante uma festa de comemoração pela volta da vítima a Campo Grande, eles voltaram a se desentender. Nesta manhã, ‘Paraíba’, conforme a polícia apurou,  chegou de bicicleta a residência da família, que mora toda no mesmo terreno, no horário de almoço da vítima e chamou pelo irmão.

Em seguida, teriam chegado ao local Rosângela, e uma quarta pessoa, identificada como Thiago. O padrasto da esposa de Franklin, segundo o relato feito à política, entrou para casa e chamou a vítima. O grupo teria conversado por poucos minutos até que ‘Paraíba’ efetuasse os disparos contra o pintor.

“Minha filha tinha ido ao supermercado comprar refrigerante, de lá ela me ligou contando que o Franklin tinha ligado para ela falando que amava ela e o filho, que estava sentido que algo de ruim ia aconteceu com ele. Do meu trabalho, eu liguei para casa e minha filha mais nova atendeu, ouvi os disparos pelo telefone”, detalhou a testemunha.

Para a equipe do Jornal Midiamax, a cunhada da vítima relatou que ouviu a esposa do autor dos disparos instigando o marido a atirar minutos antes dos disparos acontecerem.  Ela também afirmou que gritou para o autor parar e quase foi baleada.

Prisão

Logo após o crime, com os autores identificados, equipes da 5ª CIPMS (Companhia Independente da Polícia Militar) e da Força Tática iniciaram buscas pela Capital. Mário Márcio, o ‘Paraíba’, foi preso no terminal Morenão e foi levado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro.

“Ele estava me ameaçando, falando que iria me pegar na rua. Fui e fiz primeiro, mas estou arrependido”, confessou Mário.  

A esposa dele, Rosângela, foi presa em casa e também foi encaminhada para a delegacia, onde negou qualquer participação do crime. Já Mauro, que foi indiciado como co-autor do homicídio, foi detido no momento em que chegou a delegacia para perguntar sobre os familiares.

O homem chegou a Depac de táxi no início da tarde, levando uma sacolinha de frutas, ficou alguns minutos na frente da unidade e entrou. Neste momento ele foi preso em flagrante pelo crime. “A única participação que tive foi chamar o Franklin, não sabia que meu irmão iria matar ele”, defendeu.

O quarto envolvido ainda está foragido. Identificado como Thiago, a polícia acredita que o rapaz foi o responsável por entregar a arma do crime, um revólver calibre 38 para ‘Paraíba’. Segundo testemunhas, o suspeito chegou ao endereço da vítima em uma Honda Biz acompanhado de Rosângela.

Ele passou a arma para o autor e depois do assassinato fugiu com a moto, enquanto os outros três suspeitos correram do local. Agora, equipes da Polícia Civil e Militar procuram o rapaz e também o revólver usado no crime.