Ele foi preso

Mais um suspeito de alterar a medição de energia em casas e comércios na Capital foi preso na manhã desta quarta-feira (1º) pela 5ª Delegacia de Polícia Civil. Anaurelino Ricaldes, de 46 anos, é a quinta pessoa detida durante as investigações da fraude que resultou em um prejuízo milionário aos cofres da .

O suspeito foi preso em casa, na Rua Gaspar de Lemos no Bairro Universitário, por policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) da delegacia. No local, foram encontrados vários equipamentos que eram usados para a alteração dos medidores e ainda uísques, que eram falsificados e vendidos pelo homem, que não era funcionários da Energisa.

De acordo com o delegado Jairo Carlos Mendes, Anaurelino vendia peças e equipamentos para a fraude e diminuição dos valores das contas de luz. Entre os equipamentos apreendidos, um deles chamou atenção da polícia, conhecido como chupa-cabra, a ‘caixinha' com uma tomada era vendida pelo suspeito por R$ 200 e prometia reduzir a conta de quem usasse em casa, mas na verdade, a peça não funcionava e os compradores eram enganados pelo homem.

Ainda assim, segundo a polícia, Anaurelino usava outros meios de realmente fraudar as medições, o mais tecnológico é conhecido como porta-ótica. Com ele ligado a um notebook através de um cabo, o suspeito conseguia usar um programa para fazer a alteração no medidor de quem contratasse seus serviços.

Na casa de Ricaldes, ainda foram apreendidos dois volt-amperimetro, usados para verificar se a fraude tinha dado certo, uma relojoaria de medidor, que era instalada em cima do relógio original, uma máquina usada para queimar a bobina do medidor (com o aparelho fases do relógio eram queimados e por isso não eram contabilizados) e um aparelho de telemedição, que o uso, segundo a polícia, ainda estava sendo estudo pelo suspeito.

Além dos aparelhos de fraude, os investigadores encontraram no imóvel uma ligação clandestina de energia, um simulacro de revólver e várias garrafas de uísque. Conforme com o delegado, Anaurelino comprava marcas baratas da bebida, as colocava nas garrafas de uísques caros, lacrava e vendia em festas como se fossem originais.

Agora, o suspeito responderá por furto de energia elétrica e os outros crimes serão apurados pela polícia, como o envolvimento dele com os outros presos durante as investigações. Ainda não há estimativa de quantos o suspeito ganhou com as fraudes e nem o prejuízo para a Energisa e aos cofres públicos.

O homem deve ser ouvido durante a tarde desta quarta-feira e depois liberado diante ao pagamento de fiança, que ainda não foi estipulada. “A princípio a Energisa vai fazer uma varredura completa para verificar qualquer tipo de fraude. Aqueles que compraram os aparelhos e pagaram pela fraude também serão responsabilizados”, afirmou o Jairo, que também ressaltou que as investigações do crime continuarão na Capital e no interior do Estado.

Prisões

As investigações começaram depois da prisão do leiturista terceirizado Daniel Ramirez, de 34 anos e do comerciante Dejailton Galdino dos Santos, de 34 anos, por corrupção ativa e passiva, no dia 12 de maio. O funcionário da Energisa chegava a ganhar R$ 8 mil por mês alterando o medidor de comércios.

Os policiais da delegacia passaram a realizar diligências e descobriram outro leiturista aplicando o mesmo golpe. No dia 18 do mês passado, o homem foi preso juntamente com o dono de um software capaz de reduzir ou zerar o consumo, contratado para esconder as fraudes feitas por ele.

Até então, eram mais de 100 clientes envolvidos no esquema e um prejuízo que ultrapassava R$ 500 milhões.