Jovens foram levadas para Mogi Guaçu

As adolescentes de 16 e 17 anos que saíram de Campo Grande em direção ao Rio de Janeiro, mas acabaram em uma casa de prostituição em Mogi Guaçu (SP), chegaram nesta manhã e são ouvidas pela polícia. O caso levantou a suspeita de uma rede de exploração sexual na Capital, que é investigada.

Além das duas adolescentes, Aline, de 22 anos, que seria a aliciadora, também é ouvida. Elas estão na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) e prestam depoimento ao delegado titular Paulo Sérgio Lauretto. Com as informações que as meninas darão, a polícia pode chegar até os responsáveis por uma rede de exploração sexual que atuaria na Capital.

Na rodoviária, além da mãe da menina de 17 anos, estava a investigadora Maria Campos, que trabalha com desaparecimento de pessoas e acompanhou o caso. Ela fez um alerta às mães, principalmente mães de meninas. “Elas devem conversar sempre com as filhas e se elas falam que vão para a casa de uma amiga, chequem, vão atrás, acompanhem de perto as atividades dos filhos para que esse tipo de situação possa ser evitada”.

Até o momento, não há qualquer comprovação de que as meninas tenham sofrido abusos sexuais, mas passarão por exames no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal). Elas viajaram sozinhas para Campo Grande, com autorização do juíz de Mogi das Cruzes.

Desaparecimento

As adolescentes planejaram uma viagem ao Rio de Janeiro sem contarem nada aos pais. Elas saíram de casa no dia 24 de novembro e ficaram 6 dias desaparecidas. Uma mulher, identificada apenas como Aline, de 22 anos, teria aliciado as adolescentes, prometendo uma viagem ao litoral carioca.

A suspeita vendia doces na região do Aero Rancho, onde as vítimas são moradoras. Quando saíram de viagem, elas foram levadas para Mogi Guaçu, interior paulista, onde pararam em uma residência. Na casa, outra mulher identificada como Dáfine teria perguntado para elas “Vocês sabe o que vieram fazer aqui?”.

As adolescentes responderam que iriam para o Rio de Janeiro, momento em que ouviram da autora que estavam no local, onde funciona um prostíbulo, para trabalhar e deviam o valor de R$ 3 mil. Assustadas, elas conseguiram fugir na companhia de Aline, que se escondeu na casa de uma tia. Já as meninas ficaram na rua e foram encontradas por policiais militares, que as levaram para um abrigo masculino de onde foram levadas para outro local pelo Conselho Tutelar.

Até o momento ninguém foi preso, por falta de provas, e a polícia investiga o caso. Aline foi ouvida, mas liberada e a polícia monitora os suspeitos.

*Foto: mãe agradece e abraça investigadora Maria Campos (Arlindo Florentino)