No Dia da Mulher, suspeito de matar ex a tiros vai a julgamento na Capital
Feminicídio ocorreu em 2014
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Feminicídio ocorreu em 2014
Na manhã do Dia Internacional da Mulher, 8 de março, vai a julgamento Júlio César Martins Ferreira, suspeito de matar a ex-mulher Dayane Silvestre Uliana no dia 4 de janeiro de 2014. Ele chegou a confessar o crime, mas foi solto e aguarda posicionamento do Judiciário em liberdade.
Segundo a família, o julgamento ocorre às 8 horas de terça-feira, mas eles acreditam que Júlio possa não comparecer. Equipe de reportagem do Jornal Midiamax questionou sobre as ameaças, que o suspeito de feminicídio fazia à família desde a morte de Dayane, e os parentes disseram que Júlio só parou de enviar cartas para eles com as ameaças há um mês.
“Já mudamos de endereço e mesmo assim ele nos encontra. Agora faz um mês que parou com as ameaças, talvez tenha fugido”, diz um familiar de Dayane. O juiz responsável pelo caso manteve Júlio César solto ao negar novo pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil.
Feminicídio e cartas
Dayane Silvestre foi morta com três tiros na cabeça pelo ex-marido, Júlio César. Ela conduzia um Chevrolet Corsa, quando foi surpreendida pelo homem, que estava na garupa de uma motocicleta e efetuou os disparos. A vítima chegou a ser socorrida e levada ao Posto de Saúde do Guanandi, mas não resistiu.
A mulher era agredida pelo ex-marido e voltou a morar com os pais e o irmão após se cansar da vida que levava ao lado de Júlio César. Após matar Dayane a tiros, o ex-marido ainda ligou para o cunhado o ameaçando, dizendo que ele seria o próximo.
O autor do crime foi preso no dia 9 de janeiro, mas solto após o juiz negar novo pedido de prisão. Familiares chegaram a fazer protesto em frente ao Fórum, mas Júlio César segue respondendo o processo em liberdade. Desde o homicídio, o homem é suspeito de enviar cartas para a família da vítima, com ameaças de morte.
De acordo com o registro feito na 4ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande no dia 2 de dezembro de 2015, vários boletins de ocorrência já foram registrados pela família contra Júlio César. Em 2014, o suspeito de matar Dayane enviava cartas para a família, com letras cortadas de jornais e revistas, como um ‘quebra-cabeças’.
Segundo os familiares de Dayane, Júlio César foi condenado a pagar salário mínimo e, após a condenação, não se intimidou e seguiu com as ameaças. Em uma das cartas, ele teria falado que os familiares da vítima estavam “com os dias contados”. Em outra, as letras formavam a frase “se não quiser perder mais um filho, calem a boca”.
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