Missa de 7º dia da morte de Rafaat será em igreja do lado brasileiro

Apontado como traficante, ele foi executado no dia 14

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Apontado como traficante, ele foi executado no dia 14

Vai ser realizada nesta terça-feira (21) em Ponta Porã, município a 303 quilômetros de Campo Grande, na fronteira com Pedro Juan Caballero, no Paraguai, missa de sétimo dia da morte de Jorge Rafaat Toumani, executado aos 56 anos, no dia 14 de junho, na cidade paraguaia. A celebração está marcada para ocorrer na igreja Matriz São José. O convite  circula pelas redes sociais e foi publicado na página do Facebook de uma irmã de Rafaat, que mora em Ponta Porã.

Tido como um dos barões do narcotráfico na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, Rafaat era cidadão brasileiro, mas vivia do lado paraguaio, onde foi executado, em uma ação cinematográfica, no mesmo dia em que empresas dele foram alvo de tiros.

Na segunda-feira (20), comunicado atribuído à família pediu paz e segurança e, também, ‘inocenta” Jarvis Ximenes Pavão, preso no Paraguai, de envolvimento na morte do homem conhecido como “Rei da Fronteira”.

Pavão, nascido em Ponta Porã, cumpre pena em um presídio de Assunção, capital do Paraguai, onde está desde 2009, quando foi preso, e de onde, segundo afirmam os jornais paraguaios, continua comandando uma quadrilha de tráfico de drogas atuante na região de Fronteira. Logo após a execução de Jorge Rafaat surgiram boatos que Pavão teria encomendado o crime, em associação com facções brasileiras.

Na carta em espanhol atribuída à família de Rafaat, a suspeita é rejeitada e destaca que os dois tinham boas relações. “Não acreditamos nos rumores de que o senhor Jarvis Pavão esteja envolvido no ocorrido, considerando que eles eram amigos, assim como seus filhos são amigos, sendo sócios de uma empresa produtora de eventos”, diz o texto.

O texto também faz um apelo pelo fim do derramamento de sangue. “Não queremos guerra, e sim paz para nossa família, nossos funcionários e para toda a família fronteiriça.”

 

Guerra na fronteira

Uma semana depois do crime, que fez outras duas vítimas, o clima continua tenso na região fronteiriça entre Brasil e Paraguai. Do lado de lá, um dos primeiros reflexos foi a queda do diretor da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), Cleto Ramirez, em razão das críticas.

Por enquanto, a autoria do ataque continua desconhecida, embora o atirador, um ex-militar brasileiro, já esteja preso, junto com outras oito pessoas.

Em Ponta Porã, como ocorre sempre com crimes com envolvimento das quadrilhas de narcotráfico, o silêncio impera. “As pessoas não querem envolvimento”, resume o delegado de Polícia Civil Jarley Inácio.

Em razão do clima de insegurança na região, a Polícia Militar enviou para região uma tropa do Bope (Batalhão de Operações Especiais). Não há informações se vai haver algum tipo de segurança diferenciada nesta terça-feira na igreja.

 

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