Justiça tenta notificar delegado condenado por violência doméstica
Alcídio Araújo coordenou desocupação com morte
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Alcídio Araújo coordenou desocupação com morte
No dia 30 de abril de 2015 o delegado da Polícia Federal Alcídio de Souza Araújo, foi condenado pela 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher a seis meses de reclusão em regime aberto por agredir a ex-companheira. Desde então a justiça de Campo Grande começou uma saga para conseguir intimar o acusado, que coordenou a reintegração de posse que resultou na morte do índio Oziel Gabriel, em 2013.
O caso aconteceu no dia 4 de dezembro de 2012, quando o delegado teria agredido e beliscado a ex-mulher que cuidava do filho doente do casal. No processo a vítima alega que na data foi chamada pelo ex para levar o filho para o hospital, depois disso, ela devolveu a criança e foi para casa, já que os dois estavam separados.
Mais tarde, Alcídio ligou para ela pedindo que voltasse, pois a criança não parava de chorar. Já na casa do delegado, a mulher conta que foi expulsa pelo ex depois que ele lembrou que havia contratado uma enfermeira, hoje sua atual esposa, e neste momento foi agredida com um soco e um beliscão.
Em todo o procedimento, o delegado afirma que a ex-mulher era mental instável, que tomava remédios controlados e que na verdade, ele o agredido na relação, chegado a se trancar no banheiro com o filho para pedir ajuda de vizinhos.
A sentença só chegou depois de mais de dois anos, quando o juiz responsável pelo caso alegou que não havia provas necessárias para comprovar as afirmações feitas pelo delegado. No texto, o juiz ainda afirmou que mesmo conhecendo transtornos da vítima, o homem agiu de forma que tiraria sua paciência.
As agressões também foram comprovadas por exames médicos e por isso Alcídio foi condenado a seis meses de reclusão no regime aberto, com uma suspeição de pena por dois anos, caso ele não cometa nenhum outro tipo de crime neste período.
Mesmo com a pena amena, desde a condenação, a mais de um ano, várias intimações foram enviadas para Alcídio, mas nenhuma chegou a suas mãos mesmo com o suspeito sendo o atual delegado na Delegacia de Polícia Federal de Ponta Porã.
No dia 7 de março foi publicado um edital de intimação para o delegado no Diário da Justiça, mas até agora não houve devolutiva. A equipe do Jornal Midiamax tentou entrar em contato com o acusado, mas também não obteve resposta.
Caso Oziel Gabriel
No dia 30 de maio, o índio Oziel Gabriel, de 36 anos, morreu após ser baleado durante o cumprimento de mandado de reintegração de posse na fazenda Buriti, na região de Sidrolândia, que foi ocupada pelos terena.
No dia, houve confronto entre indígenas e policiais. A ordem para a reintegração, segundo matérias da época, foi de Alcídio, que chegou a apreender equipamentos de jornalistas e de indígenas.
Em outubro do ano passado, o homem foi ouvido na CPI do Cimi – Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa que investiga se o Conselho Indigenista Missionário é culpado por incitar e financiar invasões de propriedades privadas em Mato Grosso do Sul.
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