Ainda não há confirmação

Protázio de Freitas Gonçalves, funcionário do Depósito Bueno, empresa do ex-vereador Alceu Bueno, acompanha o reconhecimento do no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) nesta quarta-feira (21). Não há ainda a confirmação se o corpo é de Bueno, que está desaparecido deste a noite de terça-feira (20).

Segundo funcionários do Depósito Bueno, Protázio acompanha o trabalho dos peritos no Imol para fazer o reconhecimento do corpo. Familiares do ex-vereador foram ouvidas pela polícia e não foram até o instituto.

Mulher e filha de Alceu foram ouvidas pelo delegado Edilson dos Santos, da Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros). A filha saiu aos prantos da delegacia e não deu declarações.

Segundo a coordenadora-geral de Perícias do Estado, Glória Setsuko Suzkui, se a mão estiver preservada, com digitais, será possível fazer o reconhecimento por exame papiloscópico. Há também a informação de que a vítima teria um pino no braço, assim como o ex-vereador. “Se realmente existe o pino, é um indicativo”.

No entanto, a coordenadora reafirmou que não há qualquer confirmação sobre a identidade da vítima. O corpo passa neste momento por exame necropapiloscópico e não há um horário preciso para encerrar. “Tudo depende das condições do corpo”, afirmou a coordenadora.

Desaparecimento

A esposa e a filha de Alceu fizeram buscas pelo ex-vereador após ele desaparecer na noite de terça-feira. Elas procuraram a polícia e foram orientadas a registrar o caso. Um outro familiar, que preferiu não se identificar, afirmou que por enquanto a informação é apenas boato, sendo que nada foi confirmado para a família. Um dos ex-colegas de Alceu na Câmara, revelou à reportagem que conversou com ele normalmente na tarde de ontem.

José Alceu Padilha Bueno foi eleito em 2012 e renunciou em 2015 depois de ter sido flagrado em um motel com duas adolescentes, com menos de 18 anos. Ele foi indiciado por ‘favorecimento à prostituição ou de outra forma de exploração sexual de vulnerável'. Imagens de um vídeo no qual o ex-vereador aparecia com as garotas no motel chegaram a ser divulgadas.

À época, Bueno alegou que era vítima de um esquema de extorsão, assim como o ex-deputado estadual Sérgio Assis, também flagrado no motel com as adolescentes. Três pessoas, Fabiano Viana Otero, Luciano Pageu e o ex-vereador Robson Martins, foram presos pelo crime.

Corpo Carbonizado

Segundo o delegado Camilo Kettenhuber Cavalheiro, da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, foi possível identificar que a vítima é um homem, de idade aparente entre 30 e 40 anos, descrição que bateria com perfil do ex-vereador. O corpo teve 95% do corpo queimado, mas ainda assim os peritos e investigadores conseguiram notar que estava com a língua protusa, para frente.

Tal fato dá indícios que o homem teria sido estrangulado antes de ter o corpo queimado. Ainda segundo o delegado, por enquanto não é possível dizer se o homicídio ocorreu no local ou se o corpo foi ‘desovado' no matagal e queimado. Por conta do estado do corpo, a suspeita é de que tenha sido usado algum tipo de combustível para o incêndio.

Com parte da mão da vítima, que não foi queimada, a Perícia tentará fazer um exame papiloscópico, para identificar o homem. Ainda assim, se houver dificuldades, o delegado solicitará um exame de DNA ou um exame necropapiloscópico. O celular da vítima também foi apreendido no local e, pelo modelo, teria ajudado a levantar a suspeita que se trate do ex-vereador.

Imagens do circuito de câmeras de segurança do residencial que fica ao lado do local onde o corpo foi encontrado devem ser analisadas pela polícia e já foram solicitadas.