​Família não consegue informações sobre campo-grandense suspeito de terrorismo

Acreditam na inocência de Leonid, isolado no Presídio Federal

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Acreditam na inocência de Leonid, isolado no Presídio Federal

Leonid El Kadri de Melo, o campo-grandense preso no domingo (24) em decorrência da Operação Hashtag, é considerado inocente pela família, que não acredita no envolvimento dele com terrorismo. A irmã de Leonid, Keina El Kadri de Melo, contou ao Midiamax como foi a reação dos familiares após a prisão.

“Nós não acreditamos que ele esteja envolvido. Não entendemos o porquê de tudo isso”, disse Keina. A irmã de Leonid, preso no Mato Grosso por suposto envolvimento com terrorismo, ainda disse que a família não recebeu qualquer informação por parte da Polícia Federal. “Estamos todos apreensivos, não sabemos pra onde o estão levando”, disse.

A Polícia Federal informou apenas que ele será encaminhado a um Presídio Federal, no entanto não deu detalhes sobre a cidade. “Informação não oficial é e que ele não vai para Campo Grande e deve ir para Brasília”, disse Keina. “O delegado não atende as ligações e não responde as mensagens”, complementou.

Prisão

A irmã de Leonid contou que, quando soube que a Polícia Federal tinha feito buscas na casa dele, chegou a entrar em contato com o delegado, mas ele disse apenas que não iria passar qualquer informação até que localizasse o rapaz. “Argumentei que a família tinha o direito de saber do que ele estava sendo acusado, mas o delegado se negou a dar informação”, disse.

O delegado chegou a ser questionado pela família El Kadri se Leonid tinha sido preso por ser muçulmano e a resposta foi “Não, até porque isso seria preconceito”. No entanto, para Keina, a escolha religiosa do irmão é o que motiva a prisão. “A única coisa que imaginamos que liga Leonid a isso tudo é o fato de ser muçulmano”, afirmou.

Roubo e homicídio

Leonid já cumpriu seis anos de prisão por roubo e homicídio. Segundo Keina, no fim da adolescência ele conheceu Valdir Pereira da Rocha – também preso na Operação Hashtag – em um grupo de ‘moto show’. “Esse pessoal acabou o influenciando e ele cometeu um roubo juntamente com eles”, contou a irmã. Uma pessoa morreu durante o roubo e Valdir e Leonid foram apontados como autores do homicídio.

“Foi um processo muito confuso, cheio de falhas, em que a ‘testemunha ocular’ chegou na delegacia com a foto do do grupo em que estavam meu irmão e o Valdir, os apontando como autores. Essa suposta testemunha nunca mais depôs”. Keina afirma que o irmão continua negando o homicídio, mas assumiu a prática do roubo.

“É meu irmão, independente do desfecho continuarei o amando e lutando por ele”, finalizou Keina. O Jornal Midiamax entrou em contato com a Polícia Federal, mas os responsáveis não informam para onde os presos na operação serão levados. Até o momento, a informação é de que estariam no Presídio Federal de Campo Grande.

Operação Hashtag

Segundo o ministro da Justiça Alexandre de Moraes, o suposto grupo terrorista era uma ‘célula absolutamente amadora’ do Estado Islâmico, porque não tinha ‘nenhum preparo’. O ministro citou como exemplo mensagens do suposto chefe do grupo de que era necessário aprender artes marciais e atirar com armas.

Conforme o titular da Justiça, o grupo não tinha contato pessoal, e só se falava pelos aplicativos WhatsApp e Telegram. Além disso, quando o líder dava as ordens, ‘cada um tinha que cuidar de si’.