Ex-acadêmica de Direito em Campo Grande é procurada pelo assassinato do tio em praia
Suspeita de assassinato teria tido ajuda de um namorado
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Suspeita de assassinato teria tido ajuda de um namorado
Há mais de dois anos os filhos do campo-grandense José Antunes Rodrigues de Oliveira convivem com a dor e a injustiça de ver a assassina do pai sem qualquer punição pelo crime. Na época com 57 anos, o homem foi morte com pancadas na cabeça e teve o corpo carbonizado, pela própria sobrinha em Arraial d’Ajuda, distrito de Porto Seguro (BA).
A suspeita, Emory Luiza Rodrigues Ramos, formada em direito pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), chegou a prestar depoimento na delegacia que investigava o caso, mas desde então está foragida e com um mandado de prisão decretado pelo juiz da 1ª Vara da Criminal da Comarca de Porto Seguro em aberto. Na fuga, a advogada levou os três filhos e ainda teve a ajuda da mãe, irmã de José.
O crime aconteceu em maio de 2014. José Antunes sofria de depressão crônica e orientado pela irmã, mãe de Emory, resolveu viajar para passar um tempo com a sobrinha. Menos de um mês no município, ele ligou para os dois filhos e falou que voltaria para Campo Grande, pois teria visto a sobrinha usando drogas.
“Ele ligou de manhã, falou que voltava no mesmo dia, mas não conseguimos mais contato com ele”, contou a filha de José, Maria Ayslane, de 30 anos. Ela lembrou que o pai tinha o costume de dormir depois do almoço e foi quando cochilava que levou os golpes na cabeça.
Para ela, a prima viu que o pai tinha pouco mais de R$ 20 mil na bagagem e por isso, junto com o namorado da época, resolveu cometer o crime. “Ela alugou um carro, enrolou ele nas cobertas do filho, levou para saída de Trancoso e colocou fogo”. Os três filhos, que hoje têm 12, 9 e 3 anos, ficaram com uma vizinha, que mais tarde veio a ser testemunha do caso.
“A vizinha contou para polícia que a Emory chegou tarde naquele dia, que na casa dela viu roupas com sangue e com cheiro de fumaça”, lembrou Maria Ayslane. Sem ter notícias do pai, a família tentou contato com a prima, mas nenhum telefone foi retornado.
Depois de quase três semanas de agonia, Maria Ayslane comprou uma passagem e estava de viagem marcada quando outra tia aconselhou que mandassem para a Bahia a mãe de Emory. “Como meu pai tinha falado que ela estava usando droga, nosso medo era que ela estivesse drogando ele para poder ficar com o dinheiro. Se fosse o caso, a mãe dela poderia controlar a situação”, contou.
Da filha a irmã de José Antunes ouviu que o tio teria ido embora com um amigo chamado Ricardo, mas logo a versão foi desmentida pelos filhos da vítima. “Eu conhecia todos os amigos do meu pai. Falei não tem nenhum Ricardo, ela tá mentindo”. A mulher então foi até a delegacia e descobriu sobre o corpo encontrado carbonizado.
A última conversa com a tia foi um pedido de dinheiro, que deveria ser usado para a contratação de um detetive particular e para procurar a maçonaria que o irmão frequentava. Em vez disso, depois de enviar cerca de R$ 3 mil, Maria viu a tia ajudar assassina do pai a fugir, junto com os filhos.
A história só se desenrolou depois que um primo advogado viajou até a cidade. Foram seis meses até que a identificação do corpo de José Antunes saísse. No final de outubro, Maria Ayslane finalmente foi até a cidade buscar os restos mortais no pai, que foi enterrado no dia 2 de novembro.
Há mais de dois anos a família segue em busca de justiça. O namorado de Emory foi preso por latrocínio e ocultação de cadáver, mas ela, mesmo com um mando de prisão, contínua solta. “Dói muito, dói muito. Na páscoa ele poderia estar com a neta, não tá. Eu sei que ela fez, e ela está lá em algum lugar, comendo chocolate e a gente aqui, sem meu pai é injusto”, lamenta.
O pouco de informações que a família recebeu dão conta que Emory teria passado pelos Estados de Espírito Santo, São Paulo e também Campo Grande. Ela seria sustentada pela mãe, que já estava aposentada e voltou a trabalhar para ajudar a filha foragida.
Pai do filho mais velho de Emory, Adham Wahab, de 30 anos, vive o dilema de conviver sem notícias de Nicholas Ghassan Rodrigues Wahab, de 12 anos, desde que tudo aconteceu. Logo depois do crime, o tatuador foi procurado pela ex, que pedia dinheiro. “Falei com um advogado e orientado por ele suspendi a pensão”, contou.
Pouco depois, a mãe da suspeita voltou a procurá-lo pelo mesmo motivo: dinheiro. “Eu neguei, pedi para deixarem o Nicholas comigo, que ele precisava de uma rotina, ir para a escola, ficar perto da família, que é toda daqui, mas ela não quis”, explica Adham.
Ele procurou a polícia para registrar um boletim de ocorrência por desobediência judicial e também recorreu à justiça, hoje tem a guarda do filho, mas não sabe nada sobre Nicholas a cerca de dois anos. “Eu já esperei demais, não quis expor ele, mas não dá mais”.
Quem tiver informações sobre o paradeiro da suspeita e dos filhos pode entrar em contato com a Polícia Civil, ou com a família de José Antunes pelos telefones: (67) 99291-5323 ou (67) 99296 8469.
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