Militar pode responder por falsa comunicação de crime

Uma suposta tentativa de sequestro na noite de quarta-feira (12) é investigada pela Polícia Civil de Campo Grande. Um soldado da Polícia Militar acusou um policial civil, outro policial militar e um amigo deles, de 22 anos, de tentar sequestrar a namorada de 24 anos, na Vila Sobrinho. Há suspeita de que a história possa ter sido inventada pelo rapaz.

Após o ocorrido, o policial civil que se envolveu na confusão com o soldado registrou um boletim de ocorrência contra o militar. Segundo o registro, o policial civil estava acompanhado de dois amigos, um policial militar e um rapaz que seria filho de um oficial PM. O investigador usava um VW Golf que está sob guarda para ser utilizado em diligências policiais.

Conforme relato do civil, ele seguia para casa do amigo PM acompanhado do rapaz de 22 anos, quando passou pela Praça do Papa. Lá, ele notou um rapaz portando uma pistola e foi fazer abordagem, mas quando se aproximou notou que o tal suspeito vestia calça solta e coturno militar. Ele afirma no registro policial que se identificou como policial, assim como o rapaz também se identificou como soldado da PM. 

No BO consta que os dois conversaram amigavelmente, ele alertou o soldado sobre os riscos de ficar no local, voltou para o carro e seguiu para a casa do amigo. Quando chegava na residência, viu que um carro vinha de encontro, de ré, e entrou na rua lateral. Ele seguiu em frente e encontrou o soldado PM que tinha conhecido na praça. “Sai daí negão, qual sua bronca comigo?”, de acordo com o policial civil, essas foram as palavras do militar dirigidas a ele.

No novo encontro entre os policiais, o soldado da PM reconheceu o amigo do investigador, um rapaz de 22 anos que seria filho de um oficial da Polícia Militar. “Você não é polícia, não tem que andar com polícia”, teria dito o soldado. 

O policial civil diz que voltou para casa e aproximadamente 30 minutos depois viu o soldado mandando mensagens em grupos de WhatsApp.

Em um áudio, o soldado chama o policial de ‘negão’, o acusa de ter abordado a namorada dele e apontado a arma para o rosto dele. Além disso, também chama o amigo dele de ‘peba’ em outras mensagens. O investigador afirma que ficou sabendo do ocorrido e da boletim de ocorrência registrado pelo militar por meio de notícia do Jornal Midiamax, mas que a declaração do soldado não condiz com a verdade.

O caso deve ser investigado pela 7ª Delegacia de Polícia Civil, da região onde o caso aconteceu.

Tentativa de sequestro

Conforme o boletim registrado pelo soldado, ele estava com sua namorada na Praça do Papa, quando um trio parou ao lado do casal no Golf e os três teriam se apresentado como policiais. Um dos homens teria dito ao casal sobre roubos na região de uma dupla em motocicleta, de cor vermelha.

Segundo o soldado, o trio foi embora e o casal seguiu, cada um em um veículo, pela Avenida Júlio de Castilho. O trio teria emparelhado ao lado do veículo da namorada do PM fazendo menção de tentar roubá-la, momento em que o soldado que vinha logo atrás parou seu veículo e de posse de uma pistola desceu e apontou para os rapazes. Um deles também teria sacado a arma e apontado para o soldado.

O militar ainda chegou a dizer que o policial se identificou como oficial de uma delegacia especializada da Capital, mas que fugiu com os outros dois em seguida. A namorada do PM ainda relatou que na Avenida Presidente Vargas, o trio no veículo a teria perseguido, mas ela teria conseguido fugir.

Se confirmado que a declaração do soldado não é verdadeira, ele poderá responder por falsa comunicação de crime.

Confira a gravação