Queixa era de que os alunos estavam fechando o trânsito em frente a dois bares

Estudantes da (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), filmaram e publicaram uma ação do Choque da Polícia Militar utilizando bomba de gás lacrimogêneo em dois bares localizados na Rua Trindade, na região da Universidade. O local é ponto de encontro dos acadêmicos.

De acordo com quem estava no local, a queixa era de que os alunos estavam fechando o trânsito na rua. Ainda de acordo com acadêmicos, a polícia teria conversado com proprietários dos bares, para que a via fosse desobstruída.

“O que eles fizeram? Jogaram bomba de gás lacrimogêneo para que as pessoas  se dispersassem. Sem nenhum diálogo, sem nenhum motivo. Foi uma violência totalmente gratuita. Ninguém propôs um diálogo para que todos saíssem. Não podia sair de lá e não filmar uma situação totalmente sem sentido e nexo”, postou Amanda Bogo Rodrigues no Facebook. A assessoria de imprensa do Choque informou que o uso do equipamento está dentro da legalidade, utilizado em locais abertos para dispersar multidão.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga, os policiais militares disseram ter ido ao local para atender a uma ocorrência de obstrução da via, por conta de comemorações de ingresso na universidade.

Os militares afirmaram que foi realizada a fiscalização das documentações dos dois bares onde os estudantes estavam concentrados e que nada de irregular foi encontrado. Os policiais ainda orientaram aos proprietários para que eles não realizassem a comercialização de bebidas alcoólicas a pessoas já alcoolizadas.

Foi dada ordem de desobstrução da via e um prazo de cinco minutos para que os estudantes saíssem da rua. Passado o tempo, os militares utilizaram sinais sonoros e gás lacrimogêneo. Um estudante, que a PM considerou “agitador”, e que estaria incitando os colegas a ocuparem a via e xingando os policiais foi detido por desacato.

Segundo a Polícia Civil, na delegacia, o rapaz disse estar errado e pediu desculpa aos policiais. Ele assinou um termo circunstanciado de ocorrência e foi liberado.