VÍDEO: adolescentes são obrigados a comer maconha em ocorrência da GM
GCM admitiu que atendeu à ocorrência, mas diz que seguranças gravaram o vídeo
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GCM admitiu que atendeu à ocorrência, mas diz que seguranças gravaram o vídeo
Dois adolescentes foram obrigados a supostamente comer a própria maconha por homens que teriam se apresentado como membros da Guarda Municipal de Campo Grande. Um deles filmou a cena e o vídeo vazou nesta semana em grupos de WhatsApp. Segundo a GCM, no entanto, os autores não pertencem à corporação. Mesmo assim, foi confirmado que há um boletim de ocorrência na data do vídeo, feito por guardas municipais que encaminharam os dois menores para a delegacia com drogas.
Ao estilo da ‘moda’ que virou membros de forças policiais gravarem cenas de abuso para se gabar entre colegas, o vídeo mostra os dois rapazes de 17 anos sentados na grama e sendo obrigados a comer uma substância de aparência análoga à maconha. Em pelo menos três homens, o grupo subjuga os meninos e se diverte.
‘Molho na maconha’
“Os dois. Come você também. É gostoso? Isso. Come mesmo, tá? Isso… se tivesse um molho eu dava para vocês. Isso come mesmo. Correu? Cadê o outro quem é o outro? Come mesmo, gostoso”, enquanto o outro gravava.
Descuidados, no entanto, eles filmam o rosto de um dos valentões no momento em que ele enfia a suposta maconha na boca de um dos garotos. A cena corre as redes sociais acompanhada de uma foto que mostra um dos adolescentes em frente de uma viatura identificada como sendo da Guarda Municipal, quase sempre acompanhadas de mensagens com bravatas que tentam exaltar o trabalho policial por impor a ‘punição’ aos meninos.
A informação é de que os valentões autores do vídeo teriam se apresentado como membros do ‘serviço reservado’ da Guarda Municipal. Serviço reservado é o nome dado aos grupos de investigação e inteligência das unidades militares, integrado por militares que não andam fardados. Acontece que a Guarda Municipal nem militar é, e garante que não possui ‘reservado’ algum.
Valentões denunciados
Segundo a Guarda Municipal de Campo Grande, após o caso ser levado ao conhecimento da corporação pelo Jornal Midiamax, já foi feito registro da ocorrência na Polícia Civil, para apuração. A GCM confirma que o flagrante aconteceu em 9 de agosto de 2014, por volta das 20h55, na obra pública inacabada do Centro de Belas Artes, que é localizada na esquina da Rua Plutão com a Avenida Presidente Ernesto Geisel, na Vila Planalto, região central de Campo Grande.
Segundo o boletim de ocorrência da época, a Guarda recebeu uma denúncia de jovens usando drogas na construção inacabada. Apesar de dizerem que o abuso teria sido cometido por funcionários de uma empresa de segurança privada, e que os guardas chegaram depois, não foi isso que ficou registrado na Depac Centro.
Segundo o B.O., os servidores disseram que ao chegar ao local ‘viram oito jovens correndo, dois deles foram capturados’. Um dos apreendidos confirmou que comprou a maconha no Bairro Dom Antônio Barbosa, região sudoeste, e pretendia vendê-la. Eles foram encaminhados para a Depac do Centro.
Nota Oficial
Em nota oficial, a GCM reforçou que os guardas não tiveram nada a ver com o vídeo de exibição feito à custa dos jovens e que não tem o tal ‘serviço reservado’. Confira:
“A Guarda Civil Municipal de Campo Grande, vem se manifestar quanto às imagens do vídeo citado. Queremos nos atentar ao fato de que os supostos “guardas” no vídeo, não pertencem a essa instituição, e sim a uma empresa de vigilância particular (WM), que após agir de forma incoerente e incorreta com os jovens infratores que tinham posse de substâncias análogas a maconha, acionaram a Guarda Civil Municipal que encaminhou os infratores à delegacia com a droga apreendida, a Guarda Civil Municipal não participou dessa ação e não é instruída para agir dessa forma. Foi feito registro da ocorrência na Polícia Civil para providências legais.
Quanto ao serviço reservado da GCM, informo que este serviço não existe nesta instituição.
WhatsApp: fale com os jornalistas do Jornal Midiamax
O leitor enviou as imagens ao WhatsApp da redação, no número (67) 9207-4330. O canal de comunicação serve para os leitores falarem diretamente com os jornalistas do Jornal Midiamax. Flagrantes inusitados, denúncias, reclamações e sugestões podem ser enviados com total anonimato garantido pela lei.
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