Suspeito envolvido em assassinato no Los Angeles alega legítima defesa

Ex-taxista por 30 anos, idoso conta que comprou arma de fogo por medo

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Ex-taxista por 30 anos, idoso conta que comprou arma de fogo por medo

Geraldo da Silva, de 61 anos, que foi taxista por 30 anos, contou à equipe do Jornal Midiamax que comprou uma arma de fogo, usada em um crime de homicídio na semana passada, para se defender. Ele é apontado como responsável pelo assassinato de Vanderlei Gonçalves da Silva, de 41 anos.

O fato ocorreu na noite de quinta-feira (5), no Bairro Los Angeles, região sul de Campo Grande, em um bar localizado na Rua Dom Fernandes Sardinha esquina com Rua Aucélio de Souza Castro. O suspeito deve se apresentar na manhã desta segunda-feira (9), na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga, também área sul.

O ex-taxista contou que teve o automóvel roubado. “Tudo começou há uns 15 dias, quando meu carro foi tomado em um assalto. Estava dirigindo um Gol, quadrado, pelo bairro que eu moro quando fui abordado por quatro homens armados. Entreguei o veículo e fiz a denúncia para a Polícia Civil”, relata.

Mais tarde, a polícia apreendeu o carro próximo da fronteira com o Paraguai. “Eles prenderam três que estavam dentro do carro, mas eram quatro no assalto. Quando fui chamado na delegacia para pegar o Gol, descobri que os assaltantes eram os meus vizinhos de anos”, conta indignado.

Ele alega que, com isso, começou a ser ameaçado. “Eu sei quem são eles e com certeza eles me conhecem, principalmente porque eu estava de cara limpa e eles não”, enfatiza.

Geraldo afirma que Vanderlei, que é irmão de um dos presos pelo roubo do veículo, também teria participado do assalto. “Ele fazia parte do bando e começou a me ameaçar. Foi na minha casa, falou se eu o denunciasse ou confirmasse que o irmão estava envolvido com o roubo, que ele daria um tiro na minha boca”, relata.

O idoso falou que na época em que era taxista andava armado por conta dos assaltos. “Vi muito amigo ser roubado e tinha uma arma para me defender, graças a Deus nunca precisei usar e entreguei faz tempo para a PF (Polícia Federal) durante a Campanha do Desarmamento”, revela, porém conta que, “comprei um revólver, de forma ilegal, admito, mas foi para me defender pois estava sendo ameaçado na porta de casa”.

O ex-taxista relatou que começou a andar armado, porém o revólver ficava dentro do veículo. “Naquele dia à tarde, ele me viu e fez ameaças, então decidi ir à Depac denunciar, que fica próximo de casa, mas antes passei em um bar para comprar cigarros”, recorda.

Ele disse que quando percebeu que Vanderlei estava por lá, se apavorou e tentou sair do local o mais rápido possível. “Mas ele me viu e veio atrás, por isso fui até o carro, mas ele fez menção de pegar alguma coisa, naquele momento pensei ‘ou eu ou ele’ e peguei a arma e atirei”, fala.

“mas agora vou me apresentar”, diz Geraldo, que vai acompanhado do Amilton Ferreira de Almeida. “Acredito que o delegado vá ouvir e liberá-lo, pois meu cliente quer colaborar com as investigações”, acredita e revela que vai apresentar a versão da legítima defesa putativa.

Geraldo já respondeu pelo crime de tentativa de homicídio. “Isso faz tempo, na época em que eu era taxista. Perdi a cabeça quando um homem começou a quebrar meu carro, veículo de trabalho e sustento da minha família. Mas já paguei, respondi por dois anos no semi-aberto”.

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