Suspeito de matar professor soube de suposto assédio dois dias antes do crime

Segundo a defesa, Francimar cumprirá prisão temporária de 5 dias estipulada pelo delegado

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Segundo a defesa, Francimar cumprirá prisão temporária de 5 dias estipulada pelo delegado

A história que levou à morte do instrutor de informática Bruno Soares da Silva Santos, de 29 anos, no último dia 16, envolve suposto assédio sexual e segredos familiares. Ele foi assassinado pelo eletricista Francimar Câmara Cardoso, de 30 anos. Marido de uma funcionária na escola onde Bruno trabalhava e o crime ocorreu, o autor alega ter atirado em ‘vingança’ porque a mulher disse ter sido assediada pelo colega dias antes.

Nesta quarta-feira (18) o advogado de Francimar chamou a imprensa para avisar que o cliente vai se apresentar à polícia e deve cumprir a prisão temporária, de cinco dias, antes de tentar a liberdade provisória. Segundo Marcos Ivan, o autor do disparo que matou Bruno afirma que não queria matar, mas sim ‘assustar’ a vítima.

Segundo a defesa, o eletricista tomou a decisão de ir até a escola de informática com a arma de grosso calibre depois que soube do suposto assédio que a mulher dele teria sofrido por parte de Bruno. Ela chegou a registrar um boletim de ocorrência no último dia 6 contando que Bruno a teria ‘puxado’ e tentado beijá-la na saída do serviço. O fato, no entanto, teria acontecido quase duas semanas antes do registro.

Francimar alega ter sabido do episódio só no sábado anterior ao crime, dia 14. Segundo o advogado, desde que foi abusada a mulher ficou chorosa mas não contou para o marido o que aconteceu até que o casal foi para a casa de parentes. A defesa convenceu o eletricista a se apresentar mas questiona a prisão temporária pedida pelo delegado. “Vou aguardar os 5 dias da prisão temporária para o delegado juntar todas as provas e para não prejudicar as investigações e aí vou entrar com os procedimentos para a liberdade do meu cliente”, revela.

Para Marcos, o cliente não soube lidar com a situação por ser um homem simples e por isso acabou cometendo o crime. “Em momento nenhum se registrou vontade de matar nas ações dele”, conclui. A arma usada no crime, uma espingarda de calibre 26, também será entregue na delegacia.

Assédio

Segundo o advogado de Francimar, antes mesmo do dia 23 de fevereiro Bruno estaria assediando a mulher de Francimar. Nas palavras dele, a vítima tentava convencer a colega de trabalho a largar do marido para ficar com ele. Três queixas já haviam sido registradas em 2010 contra Bruno por supostos crimes de natureza sexual. Não consta, no entanto, nenhuma representação.

No boletim de ocorrência do caso, consta que o supervisor ficou esperando a mulher sair do trabalho e quando a viu, a puxou pelo braço, ‘apertou-a contra a parede e começou a beijar e passar a mão pelo corpo dela. Ainda segundo o registro, Bruno teria dito para a colega largar o marido para ficar com ele. Apesar de demorar para levar o assunto às autoridades e à família, ela teria relatado o fato a outras colegas da empresa e até mesmo ao diretor em uma reunião, para quem pediu afastamento temporário. “Ela está tomando antidepressivo, calmante e está fazendo um tratamento sério”, conta o advogado.

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