Quatro dos cinco envolvidos em morte de PM em Ladário são detidos

Caso está aos cuidados da 1ª Delegacia da Polícia Civil daquele município

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Caso está aos cuidados da 1ª Delegacia da Polícia Civil daquele município

Quatro dos cinco envolvidos na morte do soldado da PM (Polícia Militar), João Márcio Leite da Cruz, de 34 anos, que ocorreu em Ladário, a 435 quilômetros a oeste de Campo Grande, foram detidos na manhã desta quarta-feira (4), pela 1ª DP (Delegacia da Polícia Civil) daquele município. Até o momento os nomes dos demais suspeitos não foram divulgados, assim como a provável causa do que teria de fato motivado a morte do militar que era lotado no 6º BPM (Batalhão da Polícia Militar).

O caso está sendo acompanhado de perto pela ACSPMBMMS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul) que tem dado respaldo à família do soldado João Márcio, além de ajudar na defesa do também soldado da PM, Edevaldo Aleixo Fontes, de 38 anos, que foi até o hospital de Corumbá saber notícias do amigo de infância e se deparou com um dos suspeitos debochando de ter matado um policial. O fato teria motivado o servidor a atirar contra Jonilson Silva da Cruz, de 33 anos, que morreu.

O comando da PM de Campo Grande explicou que Fontes está detido em Corumbá e deve responder por dois inquéritos, sendo o da Polícia Civil e o administrativo. Os dois procedimentos seguem de forma independente ao resultado um do outro.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax falou com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso do Sul), Joatan Loureiro da Silva, sobre o assunto. Ele afirmou que a imprensa de forma geral tenta vender a ideia de que os ‘direitos humanos’ servem somente a quem é ‘bandido’.

“Só não prestamos apoio à família do militar que morreu lá em Ladário, porque não fomos acionados, nós não vamos atrás de casos e sim temos que ser chamados a ajudar”, explica e completa que, “estamos acompanhando os fatos pela mídia, até um representante da OAB-MS de Corumbá esteve por lá e informou que a família estava sendo assistida pela ACS”.

Apesar disso, Joatan afirma que se a família ou mesmo a Associação achar que é necessária a intervenção da Comissão, o atendimento será feito. “Estamos à disposição de quem nos procurar, assim como estamos atendendo o caso do agente penitenciário que foi morto durante o trabalho, no mês passado. Um exemplo que quebra este estereótipo”, revela.

Ele explica que a Comissão se restringe a ajudar nas questões jurídicas. “A OAB-MS não advoga para ninguém, sendo assim, a Comissão também não. O que fazemos é um trabalho de acompanhamento, de andamento em procedimentos como relatórios e pedidos”, fala.

Não foi vingança

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax falou com alguns militares sobre a situação ocorrida no hospital, o que fez um policial a praticar tal ato. Os servidores, tiveram os nomes preservados, informaram de forma especulativa e unânime que acreditam que o fato não seja ‘vingança’.

“A conduta do policial que efetuou os tiros não foi de vingança, até porque ele foi até a unidade de saúde saber notícias sobre o amigo de infância, que por acaso é um policial, e se deparou com a notícia trágica da morte e viu o suspeito tirando vantagem de toda a situação”, fala um servidor.

E continua, “não ‘tô’ falando que é certo sair matando ou atirando em ninguém, o que estou dizendo é que pelo perfil do militar que fez isso, podemos acreditar que não se tratou de vingança, pois sabemos que ele não teve nenhuma conduta anteriormente em sua carreira que o desabonasse. Pelo contrário, é disciplinado e responsável. E de repente se vê em meio de uma situação complicada”.

Outro militar tem a impressão parecida. “Se a morte tivesse ocorrido em uma situação de troca de tiros, seria compreensível a morte do suspeito, pois naquele momento você precisa agir. Diferente do que ocorreu no hospital, porém o que sabemos da conduta deste militar, é que ele é uma ‘pessoa do bem’, não acredito que tenha ido com esta intenção ao hospital, pelo contrário, acredito que praticou o delito por conta da emoção em que foi tomado”.

O terceiro policial entrevistado afirma não conhecer os dois soldados que eram amigos de infância, mas tenta se colocar na situação de uma dele. “Passamos por treinamento para agir de forma cautelosa, porém sabemos que quando se mexe com a nossa família ou amigos, ficamos abalados, alguns mais, outros menos. O treinamento pode influenciar no nosso comportamento? Pode. Porém, devemos entender que somos feitos de carne e osso, e só sabemos o que realmente faríamos em uma situação dessas, quando passamos por ela”, relata.

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