As motos eram vendidas na internet
Depois de três anos de esquema e mais de 100 motocicletas vendidas, uma quadrilha especializada em furto de motocicletas foi desarticulada pela Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos) em Campo Grande. Os veículos furtados, geralmente nas proximidades de universidades da Capital, eram adulterados e revendidos pela internet.
Tony Pereira Soares de Andrade, de 37 anos, Lindomar Andrade da Silva, vulgo Mau Mau, de 34 anos, André Luiz José de Sousa, de 25 anos, e Junior Francisco Farias, conhecido como Pastel, de 24 anos, confessaram o crime e relataram em detalhes como funcionava o esquema.
De acordo com o delegado Gustavo Ferraris, responsável pela investigação, o caso chegou à delegacia quando uma das vítimas do bando percebeu problemas no motor e no chassi da Honda Biz, preta, que ele havia negociado por R$ 1.150, em um site de compras. Na unidade policial, foi verificada a placa do veículo, que, na verdade, pertencia a uma Biz verde.
A partir daí, os investigadores chegaram ao nome de Junior. Em depoimento, o rapaz confessou o crime e entregou o resto do bando. O segundo a ser preso foi Tony, apontado como chefe da quadrilha.
Na Defurv, o suspeito disse que cada participante tinha uma função dentro do grupo. André era quem o levava às universidades, onde ele furtava as motocicletas, geralmente do tipo Biz. Ainda segundo ele, depois do crime os veículos eram entregues para Lindomar, o responsável pelas alterações nas placas e chassis, e finalmente para Junior, que vendia as motos pela internet.
Em seguida, os outros dois suspeitos foram presos. Quatro motocicletas foram recuperadas e uma furadeira usada para adulterar os veículos foi aprendida na casa de Tony. De acordo com o delegado, os bandidos furtavam as Hondas Biz por serem mais baratas.
“Na grande maioria das vezes eles alegavam que os veículos eram produtos de leilão, o que justificava o preço baixo”, afirma Ferraris. Ainda conforme o delegado, com a prisão outros registros de furto podem ser creditados ao grupo. Apenas Junior não tinha passagem pela polícia.