Pai diz que jovem assassinada era perseguida pelo ex depois da separação

Isis ficou 5 dias desaparecida, até polícia encontrar o corpo em Ribas

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Isis ficou 5 dias desaparecida, até polícia encontrar o corpo em Ribas

Com uma camiseta estampando o cartaz do filme “Justiça a Qualquer Preço”, o construtor José Severino, de 65 anos, se despediu da filha Isis Caroline da Silva, de 24 anos, na manhã deste domingo (7), em Campo Grande. A jovem passou cinco dias desaparecida, até o corpo dela ser encontrado na manhã de sábado (6), na zona rural de Ribas do Rio Pardo, município 97 quilômetros a leste de Campo Grande.

José diz que vestir esta camiseta no enterro da filha foi coincidência, que a roupa é do filho, Alex da Silva dos Santos, de 30 anos, mas de certa forma reflete o desejo dele. “Não a qualquer preço, mas queremos justiça. Dependemos da justiça”, diz o pai.  

Segundo José, o suspeito do desaparecimento e da morte, o ex-marido de Isis, Alex Armindo Anacleto de Souza, 32 anos, continuava perseguindo a jovem, mesmo após ela se mudar para Campo Grande. Ela já havia sido vítima de violência em agosto de 2014.

Na época, morava em Três Lagoas, a 338 quilômetros da Capital. Consta que ela foi violentada, torturada e teve o cabelo raspado pelo ex.

Após o episódio de violência, a jovem se mudou para Campo Grande e morou por alguns meses com o pai. Depois, há aproximadamente três meses, passou a residir em um condomínio com as filhas e o atual companheiro, onde acreditava ser mais seguro. Segundo José, o suspeito perseguia Isis por telefone e chegou a ir até o prédio onde ela morava no mês passado e obrigá-la a sair com ele.

O pai e o irmão dizem que Isis era reservada, por isso não sabem dizer como estava a situação entre os dois. Mas garantem que, após ser vítima de agressão em Três Lagoas, ela não deu nenhum tipo de chance ao ex-companheiro, estava refazendo a vida na Capital, e também, em um novo relacionamento.

“[Ela] Tentava resolver tudo sozinha. Falava que estava tudo bem. A gente não sabe se ele estava ameaçando. Ele podia estar dizendo que ia matar uma filha dela”, diz o irmão.

Sobre o suspeito, o pai diz que chegou a conhecer Alex antes dos episódios de violência, mas ele era uma pessoa dissimulada. “Ele sentava com você. É um monstro, não esperava esse tipo de coisa dele”.

Ainda de acordo com o pai, a última vez que ele viu a filha foi no domingo retrasado, em um churrasco da família. “Está tudo oco por dentro. Minha filha ficou jogada em um rio. Ficou só a lembrança”, lamenta o pai. José diz que as crianças estão com uma avó e ainda não sabem da morte da mãe: “eu não tenho coragem de contar”.

Desaparecimento

Isis Caroline desapareceu na segunda-feira (1º), após sair para fazer compras. Ela deixou as duas filhas sozinhas em casa e o Conselho Tutelar foi acionado. Um boletim de ocorrência de desaparecimento foi registrado e a Polícia Civil começou a investigar o caso.

Na manhã do sábado, o corpo da jovem foi localizado na zona rural de Ribas do Rio Pardo, a cerca de 170 quilômetros de Campo Grande. O suspeito foi preso na tarde do sábado, em Três Lagoas, e transferido para Campo Grande.

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