Justiça nega prisão domiciliar e manda ex-vereador para cela especial

Robson teria participado de esquema de exploração sexual

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Robson teria participado de esquema de exploração sexual

O ex-vereador e advogado Robson Martins será encaminhado a uma cela especial de uma unidade do sistema prisional, conforme determinou na terça-feira (12) o juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal de Competência Especial de Campo Grande. Suspeito de participar de esquema de exploração sexual de adolescentes, o ex-parlamentar pretendia prisão domiciliar.

Robson está desde o dia 16 de abril na Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos). Segundo documento anexado ao pedido de prisão domiciliar, ele está em uma cela separada dos demais presos.

Antes de decidir, o juiz perguntou à Polícia Militar, Justiça Militar, Exército e Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário) se há, em alguma de suas unidades, cela especial, chamada sala de Estado Maior, para receber o ex-vereador. Ele tem direito ao benefício por ser advogado.

No entanto, todos responderam não dispor deste tipo de instalação. “(…) Não se vislumbra, todavia, que o sistema carcerário/prisional deste Estado seja desprovido de unidade apta a custodiar o requerente, mantendo-o em separado dos presos comuns, quer seja em Delegacia de Polícia, quer seja em unidade prisional propriamente dita”, analisa o magistrado.

Sendo assim, o juiz acompanhou parecer do MPE (Ministério Público Estadual) e indeferiu o pedido de prisão domiciliar. Determinou encaminhamento ou transferência de Robson Martins “para cumprimento de sua prisão cautelar em uma sala/cela especial, condizente com a sua condição de advogado e separado de outros presos”.

Robson Martins está preso por ter sido flagrado extorquindo R$ 15 mil do então vereador Alceu Bueno (sem partido, ex-PSL). O dinheiro seria para impedir a divulgação de vídeos nos quais o agora ex-parlamentar aparecia praticando sexo com adolescentes.

O caso seria parte de um esquema de exploração sexual das jovens, que registravam os encontros com figuras públicas em câmeras escondidas. O conteúdo, em seguida, seria usado como meio de chantagem para extorquir os ‘clientes’.

Após a revelação do caso, que chegou ao conhecimento da polícia, Alceu Bueno renunciou ao cargo de vereador. Além dele, o ex-deputado estadual Sérgio Assis (sem partido, ex-PSB) também foi indicado por favorecimento à exploração sexual no caso.

Com Robson Martins foi preso o empresário Luciano Pageu, dono de uma revista direcionada ao público evangélico. Outro apontado como envolvido no esquema e já preso é Fabiano Viana Otero, que fez acordo de delação premiada com a Justiça para entregar outros supostos participantes no caso – a investigação corre sob sigilo.

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