Judiciário autorizou operação que recuperou projetores de cinema
A “Operação Projeção”, deflagrada na última segunda-feira
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A “Operação Projeção”, deflagrada na última segunda-feira
O juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande autorizou a “Operação Projeção”, deflagrada na última segunda-feira (2), que apreendeu no bairro Itamaracá, na capital, projetores importados, no valor de quase R$ 24 milhões, que foram roubados no Rio de Janeiro no começo de fevereiro. Os mandados de busca, apreensão e de prisão foram autorizados pelo Judiciário sul-mato-grossense e cumpridos pela Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco).
Segundo o pedido da Deco, o grupo criminoso subtraiu a mercadoria de alta tecnologia de um armazém localizado na favela de Vigário Geral, subúrbio do Rio de Janeiro (RJ). Os bandidos utilizaram pelo menos cinco carretas na ação. Os materiais são projetores 3D e 4D importados da Bélgica e acessórios norte-americanos, que seriam distribuídos em salas de cinema pelo país.
O grupo de assaltantes é especializado em roubo e furto de cargas valiosas no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. As autoridades acreditam que os ladrões não tinham conhecimento da funcionalidade do material furtado, pois a tecnologia funciona apenas por meio da chave de segurança emitida via satélite.
A “Operação Projeção” foi realizada com a autorização do Poder Judiciário que, desde 2008, designou, pelo Provimento nº 162, seis juízes da capital para atuarem no combate ao crime organizado, autorizando medidas de natureza cautelar, em matéria criminal, em todo o Estado. Desde que os magistrados passaram a atuar nos casos, já foram autorizadas mais de 200 operações contra o crime organizado no Estado de MS, que resultaram na prisão de centenas de criminosos, entre traficantes de drogas, agentes públicos corruptos e, agora, assaltantes e receptadores de mercadorias de grande valor furtadas de outro Estado.
Pelo Provimento, o grupo de juízes tem competência em todas as comarcas do Estado para atender os pedidos de natureza cautelar formulados por policiais e promotores que investigam este tipo de crime. Podem solicitar as medidas o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado); a DECO (Delegacia de Combate ao Crime Organizado); a DENAR (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico); o GARRAS (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assalto e Sequestros); a Polícia Federal, nas hipóteses de competência da Justiça Estadual, entre outros órgãos de combate ao crime no MS.
Após cumpridas as medidas cautelares para elucidar os casos de crime organizado, os grupos de atuação e investigação devem ingressar com um processo criminal na respectiva comarca onde ocorreram os fatos. Pelo Provimento, deve ser informado ao juiz que autorizou as operações se foi oferecida a denúncia, para que sejam remetidos os autos para o juiz competente.
O objetivo do grupo de juízes é uniformizar e aperfeiçoar os procedimentos cautelares de combate a ações criminosas no Estado, tornando os procedimentos seguros e confiáveis, por serem os pedidos, na maioria das vezes, de extrema urgência, podendo ser cumpridos concomitante ou sucessivamente em outras comarcas do Estado.
O grupo é formado pelos juízes das duas Varas de Execução Penal, das duas Varas do Tribunal do Júri, pelo juiz da Vara da Infância e Juventude e o da Vara da Justiça Militar.
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