Episódios de abusos envolvendo Guarda Municipal preocupam população na Capital

População reclama de descaso e abuso de poder da Guarda

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População reclama de descaso e abuso de poder da Guarda

O assassinato de Felipe Cardoso da Silva, de 23 anos, em uma briga de bar, na quinta-feira (1º), não é o primeiro escândalo envolvendo guardas municipais em Campo Grande. Na verdade, a conduta dos servidores é bastante questionada pela população, que se preocupa e denuncia condutas consideradas abusos. Na última semana até representantes dos policiais militares reclamaram, dizendo que os deslizes de guardas prejudicam a imagem de todos na segurança pública.

Um dos casos mais recentes foi a confusão entre professores e guardas, na Câmara Municipal, onde a professora Zélia Aguiar, de 54 anos, que estava à frente do protesto, realizado antes da sessão, acabou agredida e foi levada para a Casa da Mulher Brasileira, onde registrou boletim de ocorrência, apontando um dos guardas como possível autor.

Um dos casos que mais ganhou repercussão, foi quando um paciente, revoltado com a demora no atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário, começou a a agredir verbalmente os funcionários da unidade. A GCM foi acionada, mas teria chegado de forma agressiva, rendendo o individuo e jogando-o no chão. O caso gerou revolta entre os demais pacientes, que partiram para um confusão generalizada com os guardas. O caso acabou sendo registrado como desacatado.

Guardas flagrados pela PM

Em janeiro, um homem de 45 anos, também denunciou que teria sido agredido por três guardas municipais, sem haver motivos. E que o fato teria ocorrido por duas vezes. Após registrar a primeira agressão na Depac-Centro, a vítima teria ido até a Base Central da Guarda Municipal, localizada na antiga Rodoviária, a fim de relatar a agressão aos superiores dos guardas, mas chegando lá, foi surpreendido pela mesma guarnição.

O homem relatou que foi novamente agredido, ficado bastante machucado. O Corpo de Bombeiros foi chamado para socorrê-lo. No boletim de ocorrência, consta que uma viatura da polícia militar também foi até a antiga Rodoviária no Bairro Amambaí, após ser chamada pela vítima, e ao chegar ao local, encontrou M.G.R com visíveis hematomas e diversas lesões.

Em resposta ao acorrido, a assessoria de imprensa da Guarda Municipal informou que, em um primeiro momento, foram tomadas as medidas cabíveis, ou seja, o homem só foi preso e levado para a delegacia, sem haver agressões. O motivo da prisão teria sido uma confusão causada pelo homem, que ameaçava comerciantes nas imediações da Rodoviária. Sobre a segunda agressão, a Guarda informou, não ter conhecimento.

Tereré e Descaso

Além das agressões, alguns leitores do Jornal Midiamax também reclamaram de descaso por parte da Guarda. Em agosto, Neyala Weyba Pereira, de 19 anos, usou do bom humor para denunciar que alguns servidores usavam o horário de serviço para “tomar tereré”, enquanto os terminais ficam abandonados. “Ainda bem que temos guardas municipais para cuidar dos terminais”, satirizou a moça.

A assessoria da GCM disse que os guardas municipais ficam em dupla para cuidar dos terminais, e que cumprem 12 horas de serviço e são permitidos descansos durante o período. “É questão humana, eles precisam descansar. O tempo está seco e muito quente”.

Porte de arma

A Guarda Municipal ganhou o direito ao porte de fogo em 11 de setembro de 2013, com lei foi publicada no Diário Oficial do Município. Dentre as descrições da lei, fica determinado que os servidores “passarão a usar pistolas calibre ponto 380 e revólveres calibre 38 e que o servidor que tiver porte da arma deverá passar por testes psicológicos a cada dois anos e frequentar cursos obrigatórios da Coordenadoria Geral de Segurança Pública”.

No dia  12 de agosto deste anos, 220 guardas municipais foram considerados aptos para Concessão do Porte de Arma de Fogo pela Secretaria Municipal de Segurança Pública.

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