Barraco em casa noturna vira disputa entre liderança travesti e dono de boate
Empresário diz que trata todos iguais
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Empresário diz que trata todos iguais
Um barraco em casa noturna voltada para o público LGBT de Mato Grosso do Sul virou disputa nas redes sociais. O caso envolve o dono da boate, Christian Queiroz, e a presidente da ANTRA (Associação Nacional das Travestis e Transexuais), Cris Stefanny. Tudo começou alguns meses atrás, quando, segundo ele, a liderança travesti teria bebido demais e se despido no estabelecimento.
Após mostrar seios e genitália, ela teria iniciado uma discussão com o namorado e acabou sendo retirada da cada pela equipe de segurança. “Ela achou que seria favorecida pelo fato de ser quem é, mas regras foram feitas para todos e neste caso ela estava errada”, explica Christian.
Cris, no entanto, nega. Segundo ela, as acusações do empresário são “levianas e mentirosas”. Apesar de admitir que esteve na casa e que foi retirada pela equipe de segurança, a ativista garante que em nenhum momento expôs partes do corpo ao público. Na versão dela, ‘após uma conversa com seu namorado, os seguranças do local entenderam que havia uma discussão e teriam retirado os dois de forma violenta’.
“Quando já estávamos do lado de fora entrei novamente na boate pra buscar o tênis do meu namorado. Quando retornei, ele estava com um ferimento na cabeça, fruto de uma coronhada de um dos seguranças”, conta.
Cris registrou a ocorrência da suposta agressão, enquanto o empresário registrou na polícia que teria sido vítima de calúnia, injúria e difamação.
Nas semanas seguintes a relação só piorou. No último dia 17 outra confusão envolvendo travesti foi registrada na casa noturna. No Facebook, Cris Stefanny saiu em defesa da transexual e chegou a fazer publicações onde se referia ao estabelecimento como “senzala gay” e “antro de marginalidades”. A publicação diz ainda, que os proprietários do estabelecimento “odeiam as travestis”.
A presidente nacional das travestis reafirma ainda seu discurso de transfobia. “Seria mais bonito se a casa assumisse que não suporta a idéia da presença de travestis no ambiente. É preciso que eles reconheçam o erro e assuma que batem em travestis, agridem e usam spray de pimenta contra elas”, acusa.
Para Christian, as acusações de transfobia são infundadas. “Não importa se a pessoa é gay, lésbica, transexual ou heterossexual, tratamos todos da mesma forma, afinal, o que qualifica as pessoas são as atitudes. Não podemos privilegiar alguém e deixar que faça o que bem entender só pelo fato de ser trans. Nosso direito termina quando o do outro começa”, explica o empresário, que também é gay.
Entre os clientes, a versão do empresário de que a disputa surgiu de uma situação pessoal mal resolvida ganha fôlego. A transexual Emanuelle Fernandes, de 26 anos, que há 4 frequenta a casa palco dos acontecimentos, afirma que nunca sofreu os abusos relatados pela presidente da entidade que representa as travestis. Segundo ela, a amizade com os proprietários do local já vem de longa data, tanto que foi convidada a integrar o grupo de dança da boate.
“Acredito que tudo seja uma questão de respeitar a pessoa enquanto ser humano e acabar com essa rivalidade entre gays e transexuais que infelizmente ainda existe”, diz.
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