‘Agora meu marido tem 4 sogras’, brinca filha ao reencontrar mãe biológica
Ela foi adotada ainda bebê, há 36 anos
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Ela foi adotada ainda bebê, há 36 anos
O segundo reencontro familiar na 5ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (3), reuniu 4 ‘mães’ e uma filha, de 36 anos. Flaviana Miranda da Silva foi adotada por dona Ana Lúcia da Silva, de 85 anos, em 1979, e só agora conseguiu reencontrar a mãe biológica.
Em encontro emocionante, marcado por muitas lágrimas, Flaviana conseguiu reencontrar a mãe biológica, Izabel Melgarejo dos Santos, de 53 anos. Na época em que deixou a filha com Ana Lúcia, Izabel tinha apenas 16 anos e nenhuma condição de criar e cuidar do bebê. Em um ato de desespero, mas consciente, a mãe entregou a filha para que Ana Lúcia pudesse criar.
Para Izabel, deixar a vida de Flaviana nas mãos de outra pessoa não foi fácil. “Foi doído deixar minha filha, eu sofri bastante com isso. Minha vida não foi maravilhosa, mas hoje eu vejo que fiz a melhor escolha”, conta emocionada. Izabel trabalhava na frente da casa de Ana Lúcia, que não pensou duas vezes antes de adotar a menina para ajudar.
Vera Maria Miranda da Silva Telles, de 61 anos, filha mais velha de Ana, tinha 20 anos quando a irmã foi adotada. “Eu ajudei a criar filha ao reencontrar mãe biológica ela e a bancar os estudos. Cuidei dela, coloquei no meu plano de saúde e onde eu ia ou o que eu ia fazer, levava ela comigo”, diz. A irmã é tratada por Flaviana como uma mãe, bem como a outra irmã, Sônia Raimunda de Lima, de 56 anos, que também foi adotada por Ana aos 13 anos.
Curiosidade
Hoje, Flaviana é casada e tem um filho de 15 anos. Certo dia, o filho chegou em casa e contou para a mãe que uma colega disse que era adotada. A palavra confundiu o menino, que questionou a mãe sobre o que era ser adotada. “Eu também sou adotada, e foi por causa do meu filho que eu comecei a ter mais curiosidade para saber quem é minha mãe biológica”, conta Flaviana, que logo depois procurou a Polícia Civil para localizar Izabel.
A procura e as investigações levaram pouco mais de um ano. “Nós tínhamos um nome errado, então não conseguíamos achar a mãe de Flaviana”, diz a investigadora Maria Campos. Na quarta-feira (2), a família encontrou uma Carteira de Trabalho com o nome de Izabel e, no mesmo dia, a mulher foi localizada.
Adoção
Ana Lúcia conta que Flaviana sempre soube da adoção, desde os 3 anos. Para a mãe adotiva, a filha é exemplar. “Sua filha é maravilhosa e foi muito bem cuidada. Você me deu o melhor presente”, disse Ana para Izabel. Ela conta que, independente da adoção, Flaviana sempre foi tratada com o mesmo carinho e atenção que os outros filhos. Ana Lúcia é mãe de outros dois homens, além de Flaviana, Vera e Sônia.
“Agora tenho 4 mães e meu marido tem 4 sogras”, brincou Flaviana, que considera as irmãs mais velhas como mães. Para ela, agora o importante é juntar as famílias. Izabel ainda tem uma filha mais nova, que é irmã do mesmo pai de Flaviana.
Desaparecimento
De acordo com a investigadora Maria Campos, vários casos de pessoas desaparecidas são registrados todos os dias. “Só na 5ª DP, por mês são registradas de 100 a 120 solicitações de pessoas procurando parentes desaparecidos”. Ainda segundo a investigadora, muitos casos nem chegam a ser divulgados.
Confira o vídeo do momento do reencontro
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