Agentes penitenciários reivindicam direitos e tentam sensibilizar a população
A manifestação aconteceu depois de um assembleia na sede do Sinsap-MS
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A manifestação aconteceu depois de um assembleia na sede do Sinsap-MS
Cerca de 400 agentes penitenciários, de todas as unidades de Mato Grosso do Sul, se reuniram nesta quinta-feira (26) na Avenida Afonso Pena, em frente à Praça Ary Coelho, para sensibilizar a população sobre a situação precária vivida pela classe dentro dos presídios do Estado.
A manifestação aconteceu depois de um assembleia na sede do Sinsap-MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul), onde melhorias para o trabalho dos servidores foram elencadas. Entre elas, três se destacaram; a interdição dos presídios, fim das horas extras e a Operação Padrão.
De acordo com o presidente do sindicato, André Luiz Santiago, a partir desta sexta-feira (27) os agentes já deixaram de fazer horas extras e colocaram em prática a Operação Padrão, que nada mais é do que cada servidor fazer aquilo que cabe a ele, sem sobrecarga de trabalho.
Outro ponto importante é a interdição dos presídios. Segundo Santiago, o Sinsap entrará com o pedido nos órgãos competentes para que seja impedida a entrada de mais detentos do que a capacidade de cada unidade. “Todas as exigências pedem apenas o cumprimento do que já está em lei”, afirma o presidente.
Para os servidores, a realidade no trabalho não poderia ser pior. Carência de pessoal, salários baixos e falta de segurança estão entre as principais reclamações da classe. Há 20 anos como agente, Fábio Rosa Pires, de 45 anos, viu o colega de trabalho ser morto durante o expediente no Presídio Aberto e Casa de Albergado.
Funcionário na mesma unidade, Pires relata que há apenas dois agentes para liberar e atender 400 detentos. “A situação já está insustentável há muito tempo. Recebemos ameaças de todos os tipos, quando não tiro na cara. Estamos abandonados, desacreditados, mas estamos unidos e queremos mudanças” ressalta.
Jehu Junior, de 35 anos, veio de Três Lagoas, a 326 quilômetros da Capital, para participar da reunião. Agente penitenciário há 13 anos, o servidor conta que convive com unidades superlotadas e falta de funcionários.
“Na Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas temos 586 detentos para apenas 5 agentes por plantão. Existe um pré-julgamento da sociedade, de que gente deixa passar celular, droga, mas a verdade é que não é possível 1 agente revistar 117 presos” explica.
Em Dourados, a situação se agrava, com uma capacidade para 650, a Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorim Costa abriga 2 226 presos e possui apenas 11 agentes para cada plantão.
Um deles, que teve a identidade preservada, conta que todos os dias vai trabalhar sem saber se voltará para casa. “Lá são dois agentes para cada 700 presos, imagina o fluxo de detentos e o risco que corremos todos os dias, sem usar colete à prova de balas, sem qualquer tipo de arma”, relata.
Ainda segundo ele, uma rebelião no local é inevitável e a população precisa saber o que de fato acontece nos presídios o Estado. “Vai acontecer e a gente não tem mais como evitar”, conclui.
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