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Polícia

Agentes consideram ‘alto risco’ trabalhar em Unei Dom Bosco após rebelião

Servidores se sentem abandonados pelo governo
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Servidores se sentem abandonados pelo governo

Após a rebelião e tentativa de fuga promovida no início da madrugada desta quarta-feira (27), por 90 jovens infratores que estavam na Unei (Unidade Educacional de Internação) Dom Bosco, localizada na saída para Três Lagoas, região leste de Campo Grande, os agentes expuseram a situação em que tem que trabalhar.

Muitos deles ficaram feridos ao tentar conter os adolescentes. Foi necessária a intervenção do BPChoque (Batalhão de Polícia de Choque) e do 9º BPM (Batalhão da Polícia Militar). Os servidores lotados naquela unidade consideram o trabalho de ‘alto risco’ e sentem abandonados pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.

Segue a nota a imprensa na íntegra:

Os Servidores das Medidas Socioeducativas do Estado de Mato Grosso do Sul, lotados na Unei Dom Bosco, através do presente documento informam que, após o último episódio de rebelião ocorrido na madrugada do dia 27/05/2015 que inclusive deixou agentes feridos, não existem mais condições mínimas possíveis de desenvolver nossas atividades e seguir com a rotina da unidade.

Vale ressaltar que esta, é apenas mais uma das rebeliões e situações de alto risco em que os agentes estão expostos diariamente, não contando com segurança e meios para exercer nossas funções.

Estamos em situação de total abandono por parte do Governo do Estado, não contando com meios para garantir nossa própria segurança e dos adolescentes aqui internados, nos faltando instrumentos básicos de trabalho como simples cadeados e iluminação.

Diante de todo o exposto e o inexorável descaso por parte do Governo em atender nossas reivindicações por condições dignas de trabalho, encaminhamos a imprensa essa nota que demonstra nossa vergonhosa situação, tirando o véu de normalidade sempre passado a sociedade. Assim informamos que, sem o atendimento com caráter de urgência das necessidades abaixo elencadas, não há a menor condição de voltar as atividades desta Unidade:

·         Aquisição de cadeados de qualidade para TODAS as portas de TODOS os alojamentos, entradas de pavilhão, e onde mais for necessário;

·         Adicional de periculosidade, uma vez que somos a unidade que abriga os adolescentes de maior potencial ofensivo de todo o estado e reincidentes;

·         Adicional de difícil acesso, pois a unidade encontra-se na área rural, distante mais de 30 quilômetros do centro da cidade’.

Não menos importante, citamos abaixo outras necessidades da categoria, reivindicadas e sem uma posição positiva do Governo, que se tornam imprescindíveis para a valorização e devolução da dignidade da categoria e segurança na execução de nossas atividades:

·         Aprovação da tabela salarial que corrige as distorções e as diferenças salariais encontradas dentro da própria carreira que conta hoje com três remunerações diferentes para aqueles que exercem as mesmas atividades;

·         Guarita externa acionada 24 horas;

·         Material de contenção;

·         Reforma estrutural adequada;

·         Fim da intenção de contratação de servidores e realização de um concurso de qualidade.

Somos uma categoria esquecida em todos os âmbitos do poder, desvalorizada, invisível aos olhos da sociedade, que, no entanto, conta com a árdua tarefa de reeducar nossos jovens e devolvê-los ao convívio em sociedade. E assim reivindicamos nossos direitos mais básicos enquanto trabalhadores do Estado de Mato Grosso do Sul bem como o apoio da população na busca por nossos direitos.

Socioeducadores de Mato Grosso do Sul lotados na Unei Dom Bosco

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